Após muita discussão, legislativo derruba veto
Outros projetos que estavam na pauta serão discutidos na próxima sessão
Os vereadores mostraram indignação, ontem (29), na sessão ordinária da Câmara Municipal de Sorocaba. O motivo foi um veto parcial do Executivo. Foram avaliados pelos parlamentares dois vetos; um deles, o que gerou mais discussão, foi derrubado, já o outro acatado. Após o longo debate, mal discutiu-se os demais assuntos previstos na pauta, devido ao fim do tempo regimental. O restante dos projetos, que estavam na pauta do dia, entrarão como matérias remanescentes para a próxima sessão.
O que rendeu mais assunto na sessão foi o veto ao projeto de lei que estima a receita orçamentária e fixa a despesa do município para o exercício de 2024. O Executivo rejeitou 43 artigos do projeto. Todos resultantes de emendas parlamentares. A administração julga que essas emendas caracterizam infrações aos artigos 24 e 25 da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 e ao artigo 166 da Constituição Federal.
A Comissão de Justiça, entretanto, entende que a Constituição da República traz diretrizes gerais sobre as leis orçamentárias e que não existe especificação do Executivo sobre qual dispositivo constitucional foi efetivamente violado.
A Comissão de Economia da Casa também se opôs ao veto. Argumentou-se que, após as 43 emendas serem analisadas individualmente, foi visto que elas não ultrapassam o limite de valor estipulado. Segundo a Lei Orgânica do Município (LOM), 1,2% da Receita Corrente Líquida realizada no exercício anterior pode ser destinada à emendas impositivas.
Os vereadores João Donizeti (PSDB) e Caio Oliveira (Republicanos), que são da base apoiadora do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), reclamaram sobre o veto das emendas, que seriam destinadas, por exemplo, à obras e área da Saúde.
Mais parlamentares, de partidos favoráveis e contrários ao governo municipal, que tiveram emendas vetadas também emitiram parecer contrário. Foi dito que a Secretaria da Fazenda estaria ignorando a LOM. “As emendas são impositivas e as justificativas não vieram”, disse Iara Bernardi (PT).
Para deixar claro
O veto do Executivo acatado pela Câmara é referente ao projeto de lei que prevê uma avaliação individualizada do Imposto Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de imóveis novos, não previstos na Planta Genérica de Valores (PGV).
Para a Prefeitura, a cláusula de vigência da norma está em desacordo com a finalidade temporal da propositura. Isso significa que o projeto foi proposto e aprovado em 2023 para aplicação no ano seguinte.
Porém, a proposta só será publicada neste ano. Do jeito que estava redigida, só haveria aplicabilidade em 2025. O Executivo entrou com um veto para deixar claro que o documento passará a vigorar já em 2024. “Com a correção dessa incoerência, a lei passa a ter o exercício pleno já neste ano”, explicou João Donizeti.
Nomeações
Projetos para conceder títulos de cidadão emérito e de cidadão sorocabano foram aprovados, bem como aqueles para denominar espaços públicos. O presidente da Câmara, Cláudio Sorocaba (PSD), propôs um projeto para homenagear Weber Maganhato Primo -- o pai do prefeito Manga, morto em abril de 2022. A proposta, aprovada ontem, estabelece que o Miniterminal do BRT, no Jardim Ipiranga, receba o nome de Weber. (Luís Pio - programa de estágio)