Investimento da Toyota beneficia a região
O investimento de R$ 11 bilhões anunciado pela Toyota em suas unidades de Sorocaba e Porto Feliz até 2030 terá impacto em toda a cadeia produtiva, devendo abranger vários municípios. Durante o anúncio oficial, na terça-feira (5), a montadora explicou que o objetivo é ampliar a produção de veículos híbridos flex, que utiliza motorização elétrica a combustão interna etanol ou gasolina. Segundo o economista Geraldo Almeida, as demandas para a montagem de carros com tecnologia diferencida beneficiará inúmeros setores.
“Quando olhamos o investimento, a primeira coisa que vem na nossa cabeça é o carro pronto. Porém, para isso acontecer, é necessária uma série de serviços que muitas vezes não imaginamos”, aponta o especialista. “Por exemplo, precisará aumentar a instalação, comprar máquinas, contratar empresas para prestação de serviços, para treinamento de mão de obra, tanto para produção quanto para manutenção desse novo modelo de veículo. É todo um ecossistema que será movimentado. A cidade, inclusive, precisa se preparar para atender melhor às novas demandas”
Muitas oportunidades
A previsão é que, nos próximos seis anos, cerca de 2 mil empregos diretos e 10 mil indiretos sejam criados para atender as necessidades da Toyota. Um exemplo é o setor de autopeças.
O diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, encara o cenário com otimismo e enxerga novas oportunidades para pequenas e grandes empresas. “Sorocaba é uma cidade muito forte no mercado de autopeças, um dos maiores centros do Brasil. Com o novo investimento, aumentará ainda mais as demandas, tanto de produção quanto de serviços”, comenta.
Erly ainda ressalta que o investimento abrange as demais cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), e cita como exemplo Porto Feliz, onde a Toyota mantém a sua fábrica de motores, e Itapetininga, devido a vários fornecedores. “É uma oportunidade para gerar empregos e impulsionar outros setores, como o comércio e prestação de serviços”, pontua.
O investimento de R$ 11 bilhões previsto pela montadora será dividido em duas fases: R$ 5 bilhões nos próximos dois anos e o restante até 2030. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) também prevê que, até 2029, sejam investidos no Brasil outros R$ 100 bilhões pelas montadoras e seus fornecedores de peças.
“A fabricação do carro híbrido flex não é a mesma do tradicional de combustão, portanto, precisa de outros fornecedores de autopeças, de bateria, de elemento fixador da bateria. É outro conceito de veículo que vai atrair outros fornecedores”, ressalta Almeida.
O mais importante, na visão do economista, é que Sorocaba esteja preparada para receber novas tecnologias. “A cidade pode ser uma grande promotora desses novos carros e, até mesmo, de outras tecnologias. Abrir as portas para a nova economia de transição energética que está surgindo é olhar para o futuro”, finaliza.