Emprego volta a crescer na cidade

Após redução de 2.273 vagas em dezembro de 2023, empresas sorocabanas abriram 1.364 empregos em janeiro

Por Cruzeiro do Sul

Setor de serviços puxou a recuperação no primeiro mês de 2024, com saldo de 640 postos de trabalho

Depois de fechar o mês de dezembro de 2023 com saldo negativo de 2.273 empregos com carteira assinada, segundo o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), os dados mais recentes, referentes a janeiro deste ano, divulgados ontem (15), mostram que Sorocaba se recuperou, registrando saldo positivo de 1.364 empregos formais. Foram 11.653 admissões e 10.289 desligamentos em janeiro deste ano.

Todos os setores que registraram saldo negativo em dezembro de 2023 voltaram a crescer, como serviços, indústria, construção civil e agropecuária. A única exceção foi o setor de Comércio, que, em janeiro, registrou o fechamento de 44 postos de trabalho. Mesmo sendo um resultado negativo para o setor, se comparado com dezembro de 2023, quando houve redução de 171 empregos, o comércio passou por uma leve recuperação. Normalmente, o mês de janeiro registra demissões nessa área de atividade, devido à dispensa de trabalhadores contratados temporariamente para atender à demanda maior registrada durante as festas de fim de ano.

Entre todos os setores produtivos, o de serviços foi o que mais contratou durante o mês de 2024, com 640 vagas novas. A seguir aparecem indústria (490), construção civil (273) e agropecuária (5).

Indústria otimista

Apesar da queda registrada no fim do ano passado, o setor industrial está otimista com relação a 2024. Para Erly de Syllos, diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) em Sorocaba, o resultado negativo de dezembro foi devido a um fator sazonal, pois é um período em que muitas indústrias entraram em férias coletivas. Além disso, a reforma tributária ainda não estava definida. “No início de 2024, percebemos que as indústrias voltaram a contratar, graças às perspectivas de novos investimentos e novos negócios, além da definição da reforma tributária, que foi oficializada junto ao Congresso Nacional em dezembro passado”, avaliou Syllos, acrescentando que “isso gera a confiança do setor, que sinaliza com novas contratações para os próximos meses e um ano de 2024 positivo”.

Déficit e impostos

O setor comercial, por sua vez, atribui o saldo negativo apontado pelo Caged nas contratações de janeiro a questões ligadas à gestão da economia brasileira. De acordo com Roque Camargo, economista da Associação Comercial de Sorocaba e Distrital Votorantim (Acso), são, pelo menos, dois fatores. “O primeiro deles é a expectativa dos empresários, que iniciou o ano neutra, tendo em vista incertezas sobre a economia, principalmente o déficit fiscal do Governo Federal e aumentos nos impostos. Em segundo lugar, o crescimento do comércio eletrônico, que tem preocupado muitos comerciantes e feito com que alguns busquem se adaptar e também praticar vendas por meios digitais, o que reduz a demanda por contratações”, resumiu Camargo.

Para o presidente da Acso, Hygor Duarte, apesar do saldo negativo em janeiro deste ano, houve uma “melhora significativa” na comparação com dezembro de 2023. Além disso, ele entende que se a projeção de crescimento do PIB do Brasil em 1,7% neste ano se concretizar, “provavelmente o setor do comércio irá reverter, nos meses, o déficit acumulado”.