Dengue: ‘doença é dinâmica’, alerta infectologista
Calor e chuva são o cenário perfeito para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Com o clima a favor do inseto, é importante ficar atento aos cuidados necessários para evitar e não ter problemas com a doença. As formas de prevenção podem parecer batidas, no entanto, segundo a infectologista Marina Rocha Campelo Jabur, essas ainda são as principais formas de combater o mosquito: “eliminar os criadouros, a vacina é uma forma de imunossupressão mais eficaz, o uso de tela nas janelas e de repelentes, inclusive de tomadas”. Além disso, os cuidados devem ser diários e realizados por toda a população. Afinal, a dengue pode acometer pessoas de qualquer idade.
A especialista explica que um quadro típico de dengue inicia com febre súbita, geralmente mais alta, que é acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: dores de cabeça, no corpo, nas articulações, musculares e atrás dos olhos. O quadro pode ou não ser acompanhado de sintomas gastrointestinais, náuseas, vômitos e diarreia. Outro sinal que pode aparecer são manchas pelo corpo que podem coçar ou não.
“Uma coisa importante para frisarmos é que a dengue é uma doença dinâmica. Muitas vezes o paciente, na primeira avaliação, vai estar bem, vai estar estável, não tem indicação de internação, mas ele precisa ser reavaliado”, ressalta a infectologista. Isso porque a doença é composta por três fases. A fase inicial (febril), a fase crítica e a fase de recuperação. “Nessa fase crítica, geralmente de um a dois dias depois da febre, é que podem acontecer as complicações. Antigamente era chamada de dengue hemorrágica, mas hoje em dia não se usa mais esse termo por uma mudança da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ou seja, para a dengue ser grave, ela não precisa obrigatoriamente ter um sangramento”, informou a infectologista.
Por isso, ao contrair a doença, é importante ficar atento aos sinais de alarme. Os sintomas são: dor abdominal intensa, sensação de desmaio ao levantar ou realizar alguma atividade, sangramento ativo, alteração de comportamento, sonolência excessiva ou irritabilidade, diminuição da urina e vômito recorrente.
Já o tratamento deve ser realizado com hidratação e acompanhamento médico. “A dengue não tem um tratamento específico. O tratamento da dengue é a vigilância dos sinais de alarme, tratar e prevenir as complicações. Hidratar no momento correto, dar suporte e identificar a disfunção de órgãos no caso da dengue grave”, finaliza a infectologista Marina Rocha Campelo Jabur.
(Vanessa Ferranti)