Entidades se unem em busca de solução para diminuir acidentes de trabalho
Somente nos primeiros três meses do ano, sete mortes de trabalhadores foram registradas na área de abrangência da Regional de Sorocaba do Ministério do Trabalho
O número de acidentes de trabalho na região de Sorocaba vem aumentando. No ano passado, foram registradas mais de 20 mil ocorrências, sendo 55 mortes, em mais de 80 cidades da área de abrangência da Regional de Sorocaba do Ministério do Trabalho e Emprego. Neste ano, sete óbitos já foram constatados. A situação mobilizou representantes do Ministério e outras entidades na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Sorocaba, na manhã de ontem (4). O objetivo foi debater ações de conscientização sobre segurança no trabalho.
“Lamentavelmente, acidentes de trabalho acontecem e nós, junto com outras entidades e com o Ministério do Trabalho, queremos diminuir e minimizar os problemas de acidentes de trabalho que ocorrem não só em Sorocaba, mas em toda região”, destacou no encontro o diretor regional do Ciesp, Erly Domingues de Syllos.
De acordo com o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego, Marcus Alves de Mello, “prevenir acidentes de trabalho também é uma tarefa de conscientização e envolve toda a sociedade e todas as esferas de governo, porque apenas a fiscalização não alcança todas as indústrias e todas as construções, portanto, o trabalho deve ser conjunto”, explicou.
O chefe regional do Setor de Inspeção do Trabalho (Seint), Ubiratan Vieira, também participou do encontro e afirmou que a situação é preocupante, uma vez que não existe um único dia que não tenha um acidente, em Sorocaba, com afastamento do trabalhador. Entre as ocorrências registradas em 2023, a maioria foi causada por equipamentos de trabalhos, máquinas, ou veículos.
“Infelizmente, na área metalúrgica é onde acontecem mais óbitos. Na construção civil também há grandes números de acidentes e, em seguida, surpreendentemente, no comércio”, detalhou e concluiu: “Existem casos de atos inseguros por parte do trabalhador. Por outro lado, também existe a empresa que trabalha errado”.
O caso mais recente foi registrado no dia 30 de março, quando um homem caiu de uma altura de seis metros de uma obra no bairro Campolim, e teve fraturas no braço. Segundo os dados do Ministério do Trabalho e Emprego Regional de Sorocaba, lesões desse tipo são a segunda mais registrada, atrás somente de feridas abertas.
Segundo o presidente do Ciesp, a expectativa é que o encontro seja o primeiro de muitos, buscando diminuir o número de ocorrências.“Os problemas vão continuar existindo, mas nós temos que diminuir esses números tão tristes para a sociedade”, salientou.
Programa de Gerenciamento de Risco
O presidente do Serviço Social da Indústria (Sesi), Júlio Martins, também marcou presença no encontro, com a proposta de apresentar um serviço gratuito de diagnóstico sobre saúde e segurança no trabalho desenvolvido pela entidade.
“O Sesi faz gratuitamente, com subsídios próprios, toda a avaliação do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), que precisa ser encaminhado para o Ministério do Trabalho. Nós avaliamos todas as normas e leis das empresas e entregamos uma devolutiva, para confirmar se estão de acordo com as leis nacionais”, explica Júlio.
Além do diagnóstico, a entidade oferece o suporte para que, caso sejam encontrados erros nesse processo, possam ser corrigidos. No ano passado, cerca de 5,9 mil indústrias do Estado de São Paulo foram atendidas pelo serviço. (B.F.)