Associação pede apoio para restaurar capela
Adriano Molina utilizou tribuna da Câmara para fazer balanço da situação da igreja João de Camargo após temporal
O diretor da Associação Espírita e Beneficente Capela Nosso Senhor do Bom Fim, mantenedora da Capela João de Camargo, localizada no Jardim Paulistano, Adriano Molina, utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Sorocaba, durante a sessão ordinária de quinta-feira (11), para pedir o auxílio dos vereadores e da Prefeitura para a restauração da igreja. O objetivo foi convocar os parlamentares e o Poder Executivo a participarem de uma audiência pública que ocorrerá na terça-feira (16). A associação precisa de recursos financeiros para reparar os danos estruturais causados pela fortes chuvas que atingiram a cidade no início do ano. Segundo ele, somente a elaboração dos projetos devem custar em torno de R$ 80 mil.
Molina pediu a união dos vereadores em favor da causa, solicitando a alocação de verbas por meio de emendas ao orçamento. Além disso, incentivou os parlamentares a explorarem com a Prefeitura possibilidades para a associação arrecadar recursos, como a oportunidade de ter uma barraca ou outro espaço na Festa Junina Beneficente de Sorocaba.
A Capela João de Camargo foi danificada durante uma tempestade que atingiu Sorocaba em janeiro. O córrego da Água Vermelha — que passa atrás do templo — transbordou e causou estragos na estrutura interna e externa do imóvel. Os muros da capela caíram e dois cômodos, quarto e cozinha, ambos com estruturas originais da construção de 1910, ficaram completamente destruídos. Além disso, também foram perdidas imagens históricas dos séculos 17 e 18.
Na sexta-feira (12), em entrevista ao Cruzeiro do Sul, o diretor da entidade explicou que o processo de recuperação foi dividido em etapas. Em um primeiro momento, são realizados reparos emergencias, como a manutenção da calçada e dos muros que foram derrubados. Para esse trabalho, a associação recebeu doações da iniciativa privada e de voluntários. Essa primeira fase do restauro ficou em R$ 250 mil. A obra deve ser finalizada em cerca de 30 dias.
“Foi tudo pela associação, juntamente com os voluntários, zero de verba pública, porque não podíamos esperar a burocracia do poder público, não podíamos deixar os muros caídos até o poder público se mobilizar, então, conseguimos angariar. Agora, para essa etapa, que é mais complexa e mais cara, estamos brigando para ter esse auxílio”, explicou Molina.
Conforme o diretor da associação, a segunda etapa, que inclui a restauração interna da capela, é mais complicada, pois é necessário analisar as estruturas do imóvel. Além disso, a elaboração dos projetos devem seguir a legislação de prédios tombados pelo Patrimônio Histórico, com o acompanhamento de um arquiteto especializado em restaurações. Estima-se que o custo para elaboração dos projetos gire em torno de R$ 80 mil. Somente após a conclusão dessa etapa, a associação terá o orçamento completo para a realização da obra.
“A batalha para essa etapa é angariar recursos para conseguir custear esses projetos e com esses projetos em mãos conseguirmos mensurar efetivamente quanto vai ficar a restauração completa, que precisa ser feita internamente e estruturalmente, fora essa parte emergencial que já estamos fazendo”, declarou.
Ajuda da comunidade
Após os estragos causados pelas chuvas, voluntários foram à capela e auxiliaram na limpeza do local. Muitas pessoas também fizeram doações à instituição. Além disso, o empresário Sérgio Reze doou um carro novo para ajudar no custeio dos serviços. A princípio, o veículo seria rifado. No entanto, conforme o diretor da associação, o processo para isso é muito burocrático.
“Há uma complexidade bem grande para fazer essa rifa, não é fácil. Ela demanda, inclusive, investimento, com publicidade, gráficas certas para fazer os cupons, tem número mínimo de vendas... é uma estrutura bem complexa. Estamos com as normativas, estamos estudando com os diretores, juntamente com os voluntários a melhor maneira. Talvez, tenhamos de abdicar de fazer a rifa e ver com o senhor Sérgio Reze se ele nos autoriza a vender o carro diretamente, porque o nosso medo é investir um dinheiro alto que não temos e o resultado final acabar sendo aquém do que a gente espera. Estamos analisando certinho para ver como faremos isso. Por enquanto, estamos nessa fase de análises, de estudos”, explicou.
Atualmente, a capela permanece fechada para visitação. No entanto, o terço continua ocorrendo aos domingos, às 10h, em uma sala mais nova, anexa à capela.
Quem tiver interesse em fazer uma doação ou ajudar com trabalho voluntário a Capela João de Camargo pode entrar em contato por meio do Instagram da capela (@capelajoaodecamargo) ou comparecer no local. O endereço é avenida Barão de Tatuí, 1.083, no Jardim Paulistano. Os dados da conta bancária para transferência e Pix também estão disponíveis nas redes sociais da capela.
“Quem quiser ser voluntário pode me procurar na capela. A gente faz o cadastro da pessoa, se ela quiser ajudar com trabalho, divulgação ou com eventos. Procurando, conseguimos viabilizar alguma maneira de sermos ajudados, porque, às vezes, a pessoa não tem condição financeira, mas ajuda de outra maneira. É só nos procurar, porque auxílio sempre é necessário”, finalizou Adriano Molina.