Escuridão aumenta insegurança de pedestres sob viaduto da Raposo

Por Thaís Marcolino

Sem iluminação, população teme assalto e atropelamento na passagem da avenida Nogueira Padilha com o Bairro dos Morros e Vila Sabiá

Pedestres que moram no Bairro dos Morros e Vila Sabiá, em Sorocaba, muitas vezes, precisam transitar sob o viaduto do km 95 da rodovia Raposo Tavares como alternativa para acessar a avenida Nogueira Padilha, por exemplo. Entretanto, a travessia tem gerado o sentimento de insegurança em grande parte da população. Isso porque, sob o viaduto não tem nenhuma iluminação.

A reportagem do Cruzeiro do Sul esteve, na noite de ontem (29), na região e presenciou diversas pessoas circulando pelo local. Muitas delas retornando do trabalho. As vendedoras Maria de Fátima de Souza da Cruz e Evelin Fernanda do Amaral estavam entre elas. “É uma escuridão total, dá muito medo”, disse Maria. “As luzes dos carros ajudam um pouco, mas ainda assim é complicado. Dá vontade de vir correndo pelo medo de ser atropelada também”, complementou a vendedora de 26 anos.

Já Evelin relatou que a escuridão aumenta a insegurança e o receio de assalto. “Nunca fui assaltada, mas essa falta de luz aumenta as chances”, comentou a moradora do Bairro dos Morros.

No mesmo bairro, seu Ernesto Avalus Ruiz, estava sentado no ponto de ônibus enquanto aguardava a chegada de sua esposa. Morando há 15 anos no local, o aposentado de 74 anos contou à reportagem que nunca viu uma iniciativa de iluminação no viaduto ou nas proximidades.

O local é um dos acessos da população que não tem carro para ir à Unidade Pré-Hospitalar (UPH) ou resolver alguma questão na avenida Nogueira Padilha. “Semana passada fui no hospital 1h30 da manhã com meu filho e atravessamos nessa escuridão e com medo, claro, de algo acontecer”, relatou. Na travessia, há quem use a lanterna de celular para conseguir uma iluminação própria. Mas com a possibilidade de roubos, seu Ernesto preferiu seguir no breu. “Não tem como. Se acende o celular, vem alguém e rouba. Então, o melhor é ir do jeito que dá e caminhar com cuidado”, opinou o aposentado.

Em relação à possibilidade de o problema ser resolvido, o idoso diz que não acredita em mais nada. “A Prefeitura empurra para a empresa [CCR ViaOeste], a empresa empurra para Prefeitura e quem sofre no final é a gente”, lamentou seu Ernesto.

Jogo de empurra

Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Sorocaba assegurou não ser responsável pelo local. Em nota ao jornal, o Poder Executivo disse que “a faixa de domínio do local mencionado é administrado pela concessionária CCR ViaOeste. Desta forma, as solicitações para serviços na área podem ser direcionados diretamente ao órgão responsável, para execução dos trabalhos requeridos”, informou.

A concessionária, por sua vez, disse que no momento não há o que fazer. Por meio de nota, a empresa disse que “segue as determinações do Contrato de Concessão firmado com o Governo do Estado de São Paulo em 30 de março de 1998”, reforçando “que não há previsão contratual para implantação de iluminação no local citado”.