Superintendente estadual do Iphan avalia Capela do Senhor do Bonfim
Em 1995 ocorreu o tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba
A Capela do Senhor do Bonfim, também conhecida como de João de Camargo, recebeu ontem (15) a visita do superintendente estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Danilo de Barros Nunes, para dar prosseguimento a possibilidade do tombamento como patrimônio histórico nacional, um marco significativo para a cidade. A capela foi tombada em 1995 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba. A igreja passou por processo recente de intervenções, após fortes chuvas no início do ano, e está parcialmente aberta para visitantes.
A decisão sobre o tombamento deve ser anunciada nos próximos meses, após a análise completa do relatório que será produzido pelo Iphan. A comunidade de Sorocaba aguarda com expectativa o resultado, que pode representar um marco na valorização da história local e nacional.
Vistoria
Acompanhado de uma equipe de especialistas, o superintendente irá avaliar o estado de conservação e o valor histórico da capela, que é um dos símbolos religiosos e culturais mais importantes da região. Construída no início do século 20, a Capela do Senhor do Bonfim tem grande importância, não apenas pela sua arquitetura, mas também pela figura de seu fundador João de Camargo, um líder espiritual afro-brasileiro.
“É um lugar histórico, é um ponto de memória histórico na cidade de Sorocaba. Não tenho sombra de dúvidas da energia que tem aqui, que se emprega aqui, sejam as pessoas que têm a crença em cada imagem que tem aí dentro, mesmo as pessoas que não têm essa crença sabem que a capela foi feita com uma energia, a energia de uma pessoa, que levantou isso aqui com as próprias mãos”, comentou Nunes sobre a capela.
A visita técnica é um dos últimos passos antes da possível oficialização do tombamento. Durante a inspeção a equipe do Iphan analisou diversos aspectos, incluindo a integridade estrutural, a autenticidade dos elementos arquitetônicos e a relevância cultural e histórica do local. Os técnicos também devem conversar com historiadores locais e membros da comunidade para coletar informações adicionais que possam apoiar o processo.
“O próximo passo é um estudo, mas ainda precisam se fazer muitas coisas, além da recuperação, tem catalogação, tantas outras coisas, mas encaminhar para a gente poder efetuar esse tombamento, e esse registro das coisas que aconteceram e acontecem aqui, que é um dos lugares mais sincréticos do Estado de São Paulo”, comentou Nunes sobre o tombamento da Capela do Senhor do Bonfim. “Você pode ir no Estado da Bahia e vai ver diversas igrejas, diversos lugares parecidos, mas no Estado de São Paulo você tem a Capela João de Camargo”, ressalta. (João Frizo, programa de estágio)