Cada unidade sentinela atende até 125 pacientes por dia

Por Thaís Marcolino

Quando foram criadas, em março, as sentinelas recebiam cerca de 60 pessoas por dia

A dengue avança em Sorocaba e as unidades sentinelas, nas UBSs Simus, Hortência e Fiori são um reflexo disso. Quando foram criadas, em março, as sentinelas recebiam cerca de 60 pessoas por dia, agora o número saltou de 100 a 125 em cada uma, diariamente.

As três unidades são voltadas, preferencialmente, para o atendimento, das 8h às 18h, dos pacientes classificados do grupo B, ou seja, aqueles que possuem comorbidades e manchas vermelhas. Já quem tem sintomas, mas sem sinais de alarme e doenças pré-existentes, podem procurar as demais 30 UBSs, das 8h às 16h.

Apesar da exclusividade para um determinado grupo, a população pode procurar essas unidades em casos mais simples da doença. Porém, o médico e coordenador de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde, Alexandre Ascêncio, explicou que a separação auxilia no monitoramento do paciente. “Aqui, ele pode fazer o hemograma, tomar o soro, fazer o que for necessário para poder acompanhar, para que não agrave a dengue dele.”

O Cruzeiro do Sul foi até a sentinela Hortência, ontem (16), e encontrou, no piso principal, cerca de 16 pessoas aguardando atendimento. Entre elas, estava Letícia Aparecida Santos Silva, de 43 anos. Com sintomas há dois dias, ela foi até uma UPA, mas foi orientada a procurar a sentinela por apresentar plaquetas baixas. “Dor de cabeça, no corpo e fraqueza são os meus principais sintomas, agora vou passar pelo médico e fazer o tratamento”, disse.

No piso inferior, a equipe direcionou o atendimento de gripe. No espaço, por volta das 16h30, eram poucos pacientes em hidratação e aguardando para passar pelos médicos. Roselene da Silva Santos, de 50 anos, estava recebendo o soro, como prevê os protocolos. “Venho aqui para tomar o soro na veia e as medicações certas. A garrafinha de água também não sai de perto, me hidrato bastante”, disse.

Conforme o coordenador da SES, no momento, não há nenhum estudo ou possibilidade de ampliar o horário das sentinelas, visto que ainda não há necessidade. “Como nós temos oito pronto-atendimentos, além das quatro UPHs, à noite eu tenho total cobertura dessas unidades, que também estão disponíveis para atender casos de dengue.”

“Nós atendemos no primeiro mês nessas três unidades, das 19h às 22h. Por incrível que pareça, nós não tínhamos demanda. Era em torno de 6 a 10 pacientes por noite, então era pouca procura relacionada ao que nós estamos tendo hoje, que é em torno de 100 atendimentos por dia”, disse Ascêncio.

Com o aumento da dengue, a reportagem questionou sobre a possibilidade de mudar algo na estratégia. “Não, porque vimos que está sendo eficiente. Até pela mudança climática, que querendo ou não, maio, junho, já muda por completo o panorama do nosso clima, e já cai absurdamente o número de pacientes com dengue”, estimou.

Hidratação

Ascêncio falou, ainda, sobre a importância de se hidratar. “Não existe nenhum tratamento específico, a não ser hidratação. Então, tome o sorinho, isotônico, água de coco, isso é muito importante. Se você se hidratou, vai passar tranquilo e não vai ter complicações maiores”, enfatizou Ascêncio.