Vaquinhas on-line: como reconhecer os possíveis golpes dessa ação

Por Cruzeiro do Sul

Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no cenário global como um dos países mais solidários do mundo. De acordo com o levantamento do World Giving Index, o país saltou do 36º para o 11º lugar no ranking de solidariedade, refletindo o crescente engajamento dos brasileiros em causas sociais. Não por acaso o número de vaquinhas espalhadas pela internet aumentaram.

As plataformas de vaquinhas virtuais têm permitido que pessoas de todas as regiões contribuam com doações para as mais diversas causas, desde tratamentos médicos mais complexos até a reconstrução de vidas devastadas por desastres naturais. Contudo, casos de golpes também se tornaram comuns, como no fim do mês de maio, quando um adolescente foi descoberto, após suspeitas de que ele estaria fraudando sites de arrecadação de dinheiro para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo a Polícia Civil do sul do país, houve uma determinação judicial para bloqueio de R$ 1 milhão em contas vinculadas ao jovem.

De acordo com a PC-RS, a fraude consistia na criação de uma página na internet que simulava o site oficial do governo do estado gaúcho. Na plataforma, o usuário era encaminhado para uma nova página falsa que simulava o website ‘‘Vakinha’’, com a divulgação de uma campanha de arrecadação de dinheiro para doações às vítimas das chuvas.

A página contava com um valor fictício de arrecadação de R$ 2,7 milhões. Assim, o usuário acessava um QR Code, que levava para uma conta PIX para transferências imediatas. O dinheiro transferido caía na conta de uma empresa de treinamentos e serviços, da qual o adolescente era sócio proprietário.

Cautela

A perita judicial Beatriz Catto, de Sorocaba, alerta para a necessidade de cautela ao realizar doações virtuais. “É preciso lembrar que esses sites não se responsabilizam pela veracidade da informação. Eles estão ali como intermediadores, entre alguém que está precisando fazer uma vaquinha e alguém que quer doar, então ele não vai se responsabilizar por isso. Então, o fato de estar em um site não é algo que garante que é sério ou verdadeiro”, explica.

Para evitar cair em fraudes, Beatriz recomenda algumas práticas essencias: “É sempre bom desconfiar antes de sair confiando. Porque qualquer narrativa bem criada, com fotos impactantes, pode não ser real. Então, é importante observar. Sempre necessário rever qual é o PIX, qual é a conta destinatária, para quem está indo esse dinheiro. Se for uma empresa pedindo doação, qual é essa ONG, qual o histórico dela, qual a credibilidade? Se for uma pessoa física, sempre pensar se você conhece ou não”. (João Frizo - programa de estágio)