Aplicativos dominam compras e serviços; celular vira ‘carteira digital’
Dados revelam que metade da população usou aplicativos para compras ou contratação de serviços
Mais da metade da população já utiliza aplicativos para compras, transporte, entregas e contratação de serviços. Essa é a principal conclusão de pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), que revela que, em 2024, 51% da população do Estado utiliza Apps para realizar transações e contratação de serviços.
Os resultados revelam que metade da população usou tais aplicativos, sendo o celular seu principal meio de acesso. O levantamento, que teve como base dados coletados de janeiro a julho deste ano, mostra que a tendência se mantém alta em relação a 2023, quando o índice era de 49%. Segundo a Fundação Seade-SP, os principais motivos para o crescimento desse hábito, estão a praticidade, a variedade de opções e a segurança proporcionadas pelas plataformas digitais.
De acordo com a pesquisa, o celular é o dispositivo mais utilizado entre os consumidores por meio de aplicativos, reforçando a importância desses aparelhos no acesso a bens, serviços e uso da internet.
Compras on-line são a preferência entre os mais jovens
A utilização de aplicativos é maior entre jovens, mais escolarizados e de maior renda. Como é comum na adoção das tecnologias de informação e comunicação (TICs), o hábito de realizar compras por aplicativos é menos frequente entre os segmentos de baixa renda, idosos e pessoas com menor nível de escolaridade.
Mas entre 2023 e 2024, houve ainda um aumento na frequência de compras diárias ou semanais entre pessoas com menor escolaridade e rendimentos. Consumidores dessa parcela da população passaram a realizar compras com mais constância, enquanto houve diminuição naqueles que o fazem esporadicamente.
Em busca de mais comodidade, muitos consumidores, principalmente os jovens, já abandonaram o hábito de ir a lojas físicas para comprar roupas, calçados e outros itens. A variedade de produtos, os preços competitivos e a possibilidade de receber as compras em casa são alguns dos principais atrativos das compras online.
Experiência de compra
Para entender melhor como essa mudança de comportamento está impactando o dia a dia das pessoas, o Cruzeiro do Sul conversou com alguns sorocabanos que já aderiram aos aplicativos para realizar suas compras e serviços.
O estudante René Stevaux Neto, de 23 anos, não vive sem seu celular e cumpre com as suas responsabilidades com ele. “Utilizo praticamente para tudo, acesso às contas bancárias, transferência de dinheiro, pagamento de contas e por aproximação”.
Após o surto da pandemia, em 2020, compras on-line também se tornaram muito comuns, além de receber o produto em casa, a possibilidade de conseguir descontos é um atrativo. “Hoje em dia a maior parte das minhas compras são on-line, por conta de praticidade e valores menores. Prefiro fazer as compras pelo computador por ser mais intuitivo pra registrar as informações e cadastros”, conta René.
A estudante Bianca Nardo, de 21 anos, não é muito diferente: “Utilizo muito meu celular e acho que não vivo mais sem ele. Contas de banco, cartões, meus dados pessoais como carteira de motorista e RG estão todos guardados nele”. Mas o diferencial para Bianca são as compras. “Raramente eu entro em lojas físicas hoje em dia. Compro tudo pela internet, gosto da praticidade, tem mais opções de roupa e sempre sai mais barato”.
O segmento que realiza mais compras por meio de aplicativos diariamente é composto por pessoas entre 18 e 29 anos (34%). Nesse grupo, as habitualidades diárias ou semanais atingem juntas o índice de 71%, mais de dois terços desse grupo etário.
O consumo por meio de aplicativos é maior na faixa de 30 a 44 anos, segmento etário que faz uso com maior frequência, do comércio eletrônico e, cresce conforme aumentam a escolaridade e o nível de renda. Apenas no segmento de 60 anos e mais, o percentual de consumidores por aplicativos é inferior à média estadual, sendo significativamente menor que os observados para os mais jovens.
Formas de pagamento
A pesquisa divulgada pela Seade aponta que o cartão de crédito foi a modalidade de pagamento utilizada por 61% desses consumidores, em 2024, percentual um pouco menor que o do ano anterior, em parte devido ao aumento de cinco pontos percentuais no uso do pix, que passa a ser utilizado por quase um quarto dos usuários.
A proporção de pessoas que utilizam o cartão de crédito como meio de pagamento aumenta com a elevação da renda, atingindo 80% entre os mais ricos, enquanto equivale a 39% entre as famílias cuja renda familiar é de até um salário mínimo.
Como recorrem menos ao cartão de crédito, os grupos de menor renda preferem outros meios de pagamento, como o pix (28%). Uma tendência semelhante é observada em relação à escolaridade, já que o uso do cartão de crédito aumenta entre aqueles que cursaram o ensino superior e diminui entre os menos escolarizados. O emprego do pix nas transações efetuadas por meio de aplicativos alcança o expressivo índice de 30% entre a população mais jovem, sendo a maior proporção registrada entre todas as faixas etárias. (João Frizo - programa de estágio / Com informações da Fundação Seade-SP)