O que fazem os mesários nas eleições?

Fundamentais para o processo eleitoral, que envolve o dia da votação, eles têm funções determinadas

Por Vinicius Camargo

Entre as atividades, eles recebem e orientam os eleitores, além de comunicar qualquer ocorrência para o juiz eleitoral

A convocação dos mesários para as eleições municipais 2024 começou na terça-feira (9) e vai até 7 de agosto. Como o processo ainda está em andamento, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) ainda não tem um número final de quantos trabalharão no pleito de outubro deste ano. Mas, para se ter uma ideia, na eleição geral de 2022, 6.554 atuaram em Sorocaba. O eleitores são atendidos por um mesário logo ao chegar para votar, mas você exatamente o que esse ele faz? O Cruzeiro do Sul explica.

Mesários compõem as mesas receptoras de votos e de justificativas no dia da votação. Cada mesa é formada por quatro pessoas, com funções determinadas: presidente, primeiro e segundo mesários, além do secretário.

O presidente tem as seguintes funções:

- Iniciar e encerrar a votação;

- Manter a ordem na seção de votação e recorrer à força policial; quando necessário

- Resolver problemas e esclarecer dúvidas;

- Comunicar ocorrências ao juiz eleitoral;

- Delegar responsabilidades aos demais mesários;

- Checar as credenciais dos fiscais dos partidos, das federações e coligações;

- Entregar materiais após o encerramento da votação.

Os outros membros da equipe são encarregados de:

- Identificar o eleitor, encontrando o nome dele no caderno de votação;

- Passar o número do título eleitoral ao presidente da mesa;

- Colher a assinatura do eleitor no caderno de votação;

- Entregar o comprovante de votação ao o eleitor;

- Preencher a ata da mesa receptora, infirmando as ocorrências do dia;

- Organizar a fila e orientar os eleitores;

- Distribuir o formulário Identificação de Eleitor com deficiência ou mobilidade reduzida;

- Entregar aos eleitores, a partir do horário de encerramento da votação, as senhas de acesso à seção.

- Realizar outras tarefas que lhes forem pedidas.

Todas as atividades são rigorosamente registradas e servem como documento. Em todos os colégio eleitorais os mesários são necessários e costumam passar por treinamento antes do dia da votação.

 Entenda como ocorre a convocação

Os mesários são convocados pelos cartórios eleitorais, de acordo com critérios previstos em lei. São nomeados, preferencialmente, eleitores das próprias seções, com prioridade para aqueles com ensino superior, professores e serventuários da Justiça. O chamamento se dá por correio, e-mail ou WhatsApp.

Voluntários também podem se candidatar para essa função. A inscrição deve ser feita pelo site do TRE (tre-sp.jus.br/servicos-eleitorais/mesarios/ficha-de-inscricao) ou nos cartórios. É obrigatório ser maior de 18 anos e estar regular junto à Justiça Eleitoral. A candidatura será analisada e, se aprovada, o solicitante passa a fazer parte de uma lista de mesários, sendo convocado quando necessário.

Como saber se fui chamado?

Para saber se foi convocado, o eleitor deve entrar em contato com o cartório eleitoral no qual está inscrito. O site e o telefone de todas as unidades estão disponíveis em: tse.jus.br/justica-eleitoral.

Posso ser convocado várias vezes?

A nomeação de mesários se dá por eleição. Por isso, quem trabalhou uma vez não necessariamente será chamado outra, mas isso pode acontecer. A quantidade de convocados depende do número de voluntários inscritos e de eleitores das zonas eleitorais. (V.C.)

 

Duas mesárias de Sorocaba falam do trabalho nas eleições

Duas mesárias de Sorocaba contam que a experiência de trabalhar nas eleições é positiva. Ambas foram convocadas mais de uma vez e sempre aceitaram desempenhar essa tarefa. Em outubro, a auxiliar de educação Elisangela Pereira Lima de Souza, de 44 anos, presidirá uma mesa receptora pela quarta vez. Ela já atuou em outro pleito municipal e em dois gerais.

Elisângela se voluntariou uma vez e, depois, foi chamada outras três. Ela nunca recusou as convocações por saber da importância de ajudar no processo eleitoral. A servidora pública conta ter sentido ansiedade e medo apenas no primeiro ano, porque o cadastramento biométrico havia acabado de ser implementado. Com isso, os mesários tiveram um pouco de trabalho para coletar as digitais dos eleitores e manejar a demora maior no andamento da fila. Agora, ela faz tudo com mais facilidade, mas ainda considera a função desafiadora. “Como eu sou presidente, o peso acaba sendo maior, porque a responsabilidade é grande”, diz.

A professora Débora Denilde da Silva santos Ricardo, de 44 anos, também acha tranquilo ser mesária. Ela contribuiu com a Justiça Eleitoral pela primeira vez em 2020, na eleição municipal, por convocação. Também foi chamada em 2022 — quando houve a escolha do presidente, governadores e deputados — e de novo neste ano. A sorocabana sempre teve a curiosidade de conhecer mais de perto o funcionamento do processo eleitoral. Por isso, quando apareceu a oportunidade, não hesitou em aceitá-la e diz que continuará fazendo isso enquanto for requisitada. Para ela, essa tarefa não é uma obrigação, e, sim, um prazer. “É uma satisfação ajudar a fortalecer a democracia do País. Eu acho importante essa participação”, comenta.