As tradicionais lojas da rua Sete de Setembro

Empresas familiares se mantêm há gerações atraindo novos consumidores

Por Cruzeiro do Sul

O comerciante Ricardo explica que lojas mais novas passaram a agregar novos segmentos; local é conhecido por oferecer vários tipos de produtos e serviços


Essa é uma tradição que algumas vezes passa de pai para filho e neto. As lojas da rua Sete de Setembro, no Centro de Sorocaba, carregam histórias de negócios familiares que estão há décadas em funcionamento. O local é conhecido pelos comércios do segmento de peças para a casa, reparos de eletrodomésticos e utensílios domésticos.

Muitas das lojas estão lá há mais de 50 anos. É o caso do comércio de Ricardo Alves, que vende peças para fogão, com sua esposa. Ele comprou a loja há pouco mais de dois anos, mas ela já estava lá há muito tempo. “Eu comprei do antigo dono, ele ficou com a loja por 13 anos. E antes disso o primeiro proprietário estava com ela há 40”. Ricardo contou que antes de comprar o negócio, trabalhou na Sete de Setembro por 36 anos. “Este sempre foi o segmento do lugar, os moradores de Sorocaba sabem que quando precisam de alguma peça ou reparo vão encontrar aqui”.

Ricardo completa: “Todos se conhecem na rua, a maioria trabalha aqui há anos. Agora também tem o pessoal mais jovem que não estão há muito tempo, como os funcionários das lojas de acessórios para celular. Antigamente eram só os comércios de peças e reparos, mas com o tempo foi mudando”. Segundo o proprietário, o motivo pelo qual muitas das lojas fecharam as portas nos últimos anos foi o falecimento de algum dono, e os parentes decidiram vender ou alugar os prédios.

Alessandra Rodrigues de Oliveira Pinto é vendedora de outro comércio da rua há três anos e o negócio também é familiar. “Meu avô fundou a loja há 22 anos, e depois passou para minha mãe. Eu costumava vir aqui sempre, mas fui começar a trabalhar mesmo quando fiquei mais velha”. A loja vende ferragens, hidráulica e cordas. E também faz consertos de utensílios domésticos, como panelas. “Trabalhamos eu, minha mãe, e duas outras funcionárias, uma delas está aqui há 13 anos e já consideramos da família também”.

O comércio ao lado é da tia de Alessandra. As duas irmãs herdaram o negócio do pai e decidiram dividi-lo. Gabriel Henrique Rodrigues Vieira trabalha lá, onde sua mãe é a dona. “As irmãs decidiram separar as lojas, e cada uma ficou com uma parte. Nosso foco são peças para fogão e panela. Trabalho aqui há seis anos, mas passava pela rua quando ia para a escola, e sempre foi assim, as lojas são bem antigas”.

“Você consegue perceber só pelas fachadas, esses comércios estão aqui há anos. Por isso temos uma parceria bem legal, uma amizade mesmo. Sempre indicamos uns aos outros quando um cliente vem à loja procurar algo que não vendemos”, comenta Ricardo.

Os três entrevistados disseram também que, mesmo tendo seus clientes mais fiéis e antigos, sempre aparecem pessoas novas. “A clientela é bem variada”, explica Gabriel. Ricardo complementa: “Homens, mulheres, jovens ou mais velhos. Os clientes quase sempre são diferentes por aqui”. (Livian Regaçoni - programa de estágio)