PIB da Região Administrativa de Sorocaba deve crescer 1,1%

Dados da Fundação Seade estimam percentual abaixo da média estadual

Por Vinicius Camargo

De acordo com economista, no ano passado, a economia paulista cresceu menos do que a nacional devido ao fraco desempenho da atividade industrial e agora volta a avançar

O Produto Interno Bruto (PIB) da Região Administrativa (RA) de Sorocaba — composta por 47 municípios — deve crescer 1,1% em 2024, abaixo da média estadual, que é de 2%. A perspectiva coloca a região na 14ª posição no ranking de avanço econômico, entre 16 RAs e a média do Estado. A estimativa consta do boletim Projeções Regionais, divulgado trimestralmente pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

As previsões para o Estado indicam alta mínima do indicador de 1,7%, média de 2% e máxima de 2,4%. Para o conjunto da economia brasileira, a Seade projeta mínima de 1,9%, média de 2,2% e máxima de 2,5%.

De acordo com o relatório, a Região Administrativa de São José do Rio Preto lidera o ranking de projeção de crescimento, com 4,1%. Em seguida, aparecem as RAs de Ribeirão Preto (3,2%), Bauru (3,1%), Central (3,1%) e Araçatuba (3,0%). A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e a RA de Franca, ambas com estimativa de alta de 2,6%, além das regiões de Itapeva (2,4%), Santos (2,2%) e Marília (2,1%) também superam a média estadual.

Outras RAs, porém, podem ter um desempenho abaixo da média paulista. São elas: Barretos (1,7%), Presidente Prudente (1,6), Sorocaba (1,1%) e Campinas (0,4%). Apenas as regiões de São José dos Campos (-1,1%) e Registro (-1,3%) apresentam tendência de queda no PIB.

Chama a atenção o fato de a estimativa para o PIB da RA de Sorocaba estar abaixo de outras regiões menores, como a de Santos, formada por nove municípios, e Barretos, constituída por 19. Outro ponto de destaque é o desempenho negativo da RA de São José dos Campos, apesar de a Embraer e outras grandes empresas estarem instaladas ali.

Avanço da indústria

Para o gerente de economia da Seade, Vagner Bessa, a projeção de avanço de 2% no PIB de São Paulo indica melhora da indústria, o principal setor econômico do Estado. Segundo ele, no ano passado, a economia paulista cresceu menos do que a nacional devido ao fraco desempenho da atividade industrial. Agora, volta a avançar.

Ainda de acordo com o economista, a Fundação fez as projeções com base nos dados do primeiro trimestre de 2024. Por isso, regiões nas quais a indústria lidera a economia apresentaram previsões pouco otimistas porque o setor não mostrou recuperação no período analisado. Esse é o caso de Campinas, São José de Rio Preto e Sorocaba. Porém, no próximo boletim, há perspectiva de melhora. “Elas não captaram uma certa recuperação da atividade industrial do Estado”, diz o gerente. “Esperamos que, para essas regiões, quando divulgarmos a segunda rodada de projeções, os dados sejam melhores, pois, agora, a indústria está mostrando um certo ritmo de crescimento”.

Bessa também informa que a estimativa para a região de Sorocaba ficou abaixo de outras menores justamente por conta da importância do segmento industrial. Conforme ele, RAs mais a oeste do Estado, como Araçatuba, Bauru, Franca, Marília e Presidente Prudente, estão mais vinculadas ao agronegócio. Atualmente, como esse setor apresenta desempenho superior ao da indústria, elas tendem a crescer mais.

Um motivo parecido explica a perspectiva negativa para a região de São José dos Campos. Segundo o especialista, mesmo com a Embraer, o setor de aviação não é o mais pujante nessa localidade. Na verdade, ele encontra-se na quinta posição na lista dos segmentos que mais movimentam a economia. Antes, aparecem derivados de petróleo, metalurgia, produtos químicos, além de veículos automotores, reboques e carrocerias, nesta ordem.

Contexto nacional

Vagner Bessa aponta que o baixo desempenho da indústria não depende unicamente de fatores e do Poder Público locais, mas também do contexto nacional. De acordo com o gerente de economia da Seade, esse cenário está diretamente relacionado à política macroeconômica, sobretudo, em razão da atual taxa de juros. “Tem de ter uma confluência de duas coisas. Tem de fomentar um ambiente de negócio, favorecer a educação, formar mão de obra, favorecer e atrair investimentos. Mas também tem de ter uma política de juros que seja condizente com isso”, pontua.

 

 

 

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