Quem disse que férias é só descanso?

Chegaram as férias de julho. Isso significa para muita gente um tempo de descanso e diversão. Mas o que falar para o estudante, que não sabe bem se abre mão do tempo livre? Já vamos avisando que é preciso ter foco, ao mesmo tempo, manter o equilíbrio sempre é importante para estar em dia com a saúde mental.

É o que explica o coordenador do Ensino Médio do Colégio Politécnico de Sorocaba, Carlos Eduardo Leite. O educador tem orientações importantes que ajudam na preparação e motivação para os estudos, sem abrir mão de um período de lazer.

“O mais importante é separar um tempo para estudar durante as férias, sem renunciar ao descanso e a momentos de diversão e lazer com a família e amigos. Descansar é essencial para manter a produtividade, ânimo e energia necessários para fazer as provas e processos seletivos ao longo do próximo semestre”, explica Carlos Eduardo, que ainda acrescenta que o ideal é elaborar uma rotina de estudos.

Alguns cuidados são necessários para cuidar do próprio bem-estar. A alimentação balanceada e nutritiva, pelo menos 8 horas de sono por noite; atividades para controlar a ansiedade, como meditação, terapia, yoga ou relaxamento ajudam a potencializar o descanso e ainda contribuem para aumentar a concentração na hora de estudar. Ou seja, até mesmo para aproveitar as férias, é preciso uma boa estratégia. Isso, garante o especialista, é decisivo para um grande salto de qualidade no aprendizado, o que fará uma diferença e tanto quando chegar a hora de prestar o aguardado Enem.

Anota aí

O especialista dá três dicas para aproveitar ao máximo as férias escolares, conciliando com o ano de vestibular.

Gestão de Tempo / Estabelecer uma rotina

Mesmo que seja normal sair da rotina nas férias, preestabelecer horários para dormir, se alimentar, estudar e se divertir, por exemplo, é fundamental. A partir disso, os melhores horários e momentos para cada atividade dependem do que for melhor para o estudante, e podem variar conforme o cotidiano de cada um.

Definir prioridades

Estudar um volume de conteúdo fora do normal não é o indicado para as férias escolares. Para otimizar o estudo, o aluno deve focar nos temas e matérias nos quais possui mais dificuldade e aproveitar para revisar aqueles aos quais já tem mais domínio e facilidade.

Se possível, contar com a ajuda de amigos e colegas que estão passando pelo ano de vestibular também. Além disso, aproveitar os materiais extras disponíveis de forma online e gratuita em diversos formatos, como videoaulas, artigos e enquetes.

Cuidar da saúde

Outro ponto importante que não deve ser esquecido durante as férias é o bem-estar físico e mental. Todo trabalho adotado na rotina de estudos normal deve continuar, ainda que de maneira menos intensa.

Reserve um tempo para passeios e boas leituras

Ler um livro vai além da obrigação da preparação para provas escolares ou vestibulares, tornando-se uma oportunidade para adquirir conhecimento, ampliar o vocabulário, exercitar a imaginação e ser mais criativo. “A literatura é rica em gêneros textuais, conta com autores para todos os gostos e livros para todos os bolsos. Há também as obras de domínio público, que podem ser acessadas gratuitamente. O Brasil tem grandes nomes em seu hall de escritores”, comenta o coordenador. A lista dos bons escritores presentes na rotina dos estudantes é um bom incentivo à leitura. Conhece Machado de Assis, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles ou Manuel Bandeira? Se a resposta for negativa para alguns desses nomes, já tem uma boa indicação de autor para praticar.

Já os que se programaram para viagens curtas, é possível estudar e aproveitar a viagem mesmo sem levar os livros e materiais didáticos. A orientação do especialista não poderia ser diferente: visite museus e lugares históricos. Esses são lugares que podem contribuir para o aprendizado.

Dica do coordenador:

Recentemente, no Museu Paulista (Ipiranga), há uma exposição intitulada “Passados Imaginados”. A exposição apresenta pinturas e uma maquete em gesso que procuram representar a cidade de São Paulo 150 anos atrás. Nem todas as ruas, personagens ou edifícios da cidade foram representados, pois também nessas obras de arte foram feitas escolhas sobre o que deveria ou não aparecer.

As imagens representadas nas obras de arte dessa exposição são apenas algumas das formas de pensar o passado dos brasileiros. Contudo, foram muito difundidas e, assim, se tornaram as principais referências para a construção de uma “visão” sobre como teria sido a história do Brasil.

A exposição recebeu o nome de “Passados Imaginados”, porque nos convida a compreender as razões que levaram os artistas a imaginarem o passado dessa forma, já que produziram suas obras em um momento muito posterior aos acontecimentos que retratam. (Da Redação)