Morcego capturado em Sorocaba está contaminado

Ainda não há registro de raiva em seres humanos ou em animal doméstico

Por Da Redação

Prefeitura faz campanha de orientação

Atualizada em 26 de julho às 10h23

A Prefeitura de Sorocaba confirmou hoje (24) que o exame feito em um morcego capturado no Jardim das Magnólias, no dia 1º deste mês, apresentou resultado positivo na amostra coletada.

Diante disso, conforme as orientações da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde, foi feito um bloqueio de raiva em um raio de 500 metros onde o animal foi encontrado. Esse bloqueio consiste em orientar a população sobre morcegos e raiva, bem como na busca ativa de outros possíveis contatos de morcegos com humanos e animais domésticos.

Em Sorocaba, ainda não há registro de raiva em seres humanos ou em animal doméstico, apenas de morcegos sendo que este é o primeiro caso de raiva morcego em 2024.

Ainda de acordo com as informações da Prefeitura, o setor de Zoonoses só retira animais com comportamento suspeito, isto é, expostos à luz do dia, em locais baixos (solo) caídos ou mortos. 

Alerta e orientações

Os morcegos são animais silvestres altamente adaptados aos ambientes urbanos. Em Sorocaba, as espécies, encontradas até hoje, se alimentam de insetos, frutas ou néctar das flores e possuem grande importância ecológica. Eles são protegidos por Lei Ambiental, sendo proibida sua captura ou maus-tratos.

Avistar morcegos à noite é normal, pois eles são animais noturnos e saem para se alimentar nesse horário. Somente em caso de suspeita de raiva, a Zoonoses pode recolher o animal, ou seja, só quando um morcego cair no chão, ou estiver pendurado em muro, parede, durante o dia, que não são hábitos normais da espécie.

Caso alguém aviste o animal nessa situação atípica, deve imediatamente colocar um balde ou caixa em cima do morcego e ligar para a Zoonoses ir buscá-lo. Importante: em hipótese alguma deve tocar no morcego. Além disso, cães e gatos devem ser afastados do local.

O telefone da Zoonoses para contato é: (15) 3229-7333, das 8h às 17h. Fora desse horário, aos fins de semana e feriados, o contato pode ser feito com a Guarda Civil Municipal (GCM), pelo telefone 153.

O município tem dois postos fixos para imunização dos animais. O agendamento pode ser feito das 9h às 16h pelo telefone (15) 3229-7333 para o posto na rua Nain, 57, Jd. Betânia, e pelo telefone (15) 3222-2484 para o posto na avenida Itavuvu, 5830, Jd. Hebert de Souza.

Em maio, uma anta morreu com a doença

No final de maio deste ano, o Núcleo da Floresta, vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão de Fauna e Flora e ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), confirmou, por meio de exame, que uma anta ferida e resgatada em Tapiraí, na Região Metropolitana de Sorocaba, e que acabou morrendo, estava com raiva.

A divulgação do resultado positivo para raiva na anta chamada Vitor pelo Cras tinha como objetivo alertar a população e profissionais de saúde sobre os riscos e cuidados necessários para prevenir a disseminação da doença. À época, segundo o biólogo Rafael Mana, do Núcleo da Floresta, “o exame de comprovação de raiva só é possível depois do óbito do animal”.

Conforme informações do Núcleo de Floresta, a detecção da raiva em antas é preocupante, pois esses animais, normalmente pacíficos e de hábitos solitários, podem se tornar vetores silenciosos da doença, especialmente em regiões próximas a áreas urbanas e rurais onde há contato com outros animais e seres humanos.

Vale lembrar que, neste ano, não houve registro de outros animais contaminados pela raiva, conforme informações do setor de Zoonoses da Prefeitura de Sorocaba.

A doença

A raiva é uma doença viral que pode afetar mamíferos, incluindo seres humanos, e é, geralmente, transmitida pela saliva de animais infectados por meio de mordidas ou arranhões. A doença é caracterizada como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade próxima a 100%, é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

Além das mordidas, outras formas de transmissão menos comuns incluem arranhões, lambidas em mucosas ou em feridas abertas, e, em casos raros, a inalação de aerossóis em ambientes altamente contaminados, como cavernas com grandes populações de morcegos infectados.

Os principais transmissores da raiva variam conforme a região geográfica, mas geralmente incluem cães, morcegos, raposas, guaxinins e outros animais selvagens. A prevenção da raiva em humanos inclui a vacinação de animais domésticos, o controle de populações de animais selvagens e a administração de vacinas pós-exposição em pessoas que foram potencialmente expostas ao vírus. (Da Redação)