Assentos preferenciais em ônibus: questão de educação

Por Cruzeiro do Sul

Há demarcações, mas que nem sempre são respeitadas

Um problema recorrente preocupa os usuários do transporte público de Sorocaba: a falta de respeito aos assentos preferenciais nos ônibus. Frequentemente, jovens ocupam lugares destinados a idosos, mulheres com crianças, gestantes e pessoas com deficiência,

obrigando esses usuários a viajar em pé, enfrentando desconforto, desrespeito e constrangimento.

Em diversas cidades do Brasil, a cena se repete diariamente: ônibus lotados, pessoas apressadas e, muitas vezes, flagrantes de falta de respeito e consideração. Uma das reclamações mais frequentes entre os usuários de transporte público em Sorocaba é a recusa de passageiros em ceder assentos.

Segundo o comerciante Roberto Campos, a cena de idosos, pessoas com crianças e pessoas com deficiência em pé é comum dentro do transporte público na cidade. “Essas pessoas atrapalhando o local dos deficientes é comum. Tenho visto várias vezes os assentos sendo usados por pessoas jovens, enquanto os idosos ficam de pé.”

Uma mulher, que preferiu não se identificar, também relatou casos que já ocorreram com ela. “É muito comum esses acontecimentos. Eu, particularmente falando, não uso os assentos, tenho o direito, mas raramente uso”. Ela acaba não utilizando os assentos, mas não deixa de observar os jovens que usam e não cedem aos mais velhos. “O que eu mais vejo são adolescentes e pessoas indo ou voltando das aulas da faculdade, esses são os principais que nunca dão os lugares”, ressaltou.

A jovem estudante Laiza Santos, contou que não usa esses assentos. “O nome já diz: preferencial. É uma falta de respeito, sempre vejo os jovens voltando do trabalho ou escola e sentando nesses assentos, que são destinados aos idosos.”

“Já ocupei esses assentos, mas sempre que vejo um idoso ou alguém que tem a preferência me levanto e ofereço o lugar. Espero que as pessoas tenham mais respeito com as pessoas”, diz a estudante.

De acordo com a legislação brasileira, assentos preferenciais são garantidos por lei. O Estatuto do Idoso, por exemplo, determina que 10% dos assentos em transportes coletivos sejam destinados aos idosos, devidamente identificados com a placa ou adesivo de reservado preferencialmente para idosos. No entanto, a realidade nas ruas mostra que nem sempre essa regra é respeitada.

“A educação para o respeito aos mais velhos e a necessidade de ceder lugar deveria vir de casa, mas muitas vezes não vem”, comenta Maria da Silva, aposentada de 72 anos, que utiliza o transporte público diariamente. “Já passei por situações constrangedoras onde tive de pedir, quase implorar, para que me cedessem o lugar.”

A Urbes - Trânsito e Transportes informou que “os assentos preferenciais para idosos e pessoas com deficiência são devidamente identificados, por meio da cor amarela dos bancos e pelos adesivos fixados no interior dos coletivos”, e que os colaboradores são orientados sobre essa prioridade.

Segundo nota do BRT de Sorocaba, os 123 veículos que compõem o sistema possuem identificação visual de assentos preferenciais para idosos e pessoas com necessidades especiais. “Além disso, nossos colaboradores orientam os passageiros sobre a importância da prioridade”, complementa. (João Frizo - programa de estágio)