Dezessete pedestres morreram no trânsito de Sorocaba em 2024

Estatística do Infosiga-SP é referente ao primeiro semestre

Por Beatriz Falcão

Ontem, na região central, teve uma ação educativa na travessia de pedestres

Segundo dados do Sistema de Informações Gerenciais de Sinistros de Trânsito (Infosiga-SP), somente no primeiro semestre de 2024, das 65 mortes no trânsito em Sorocaba, 17 foram de pedestres. Comparado ao mesmo período do ano anterior, com 9 óbitos por atropelamento, o número é 88,8% maior.

O cuidado e o respeito mútuo se fazem cada vez mais necessários nas ruas do município. No encontro da rua XV de Novembro com a São Bento, na região central de Sorocaba, duas mulheres fantasiadas de mímicas francesas alertavam os motoristas sobre a importância de respeitar a faixa viva, bem como ressaltavam a importância do pedestre sinalizar sua intenção de atravessar. A ação de educação para o trânsito, realizada ontem (8), faz alusão ao Dia Internacional do Pedestre.

A aposentada Gisete Davito, de 76 anos, atravessou a rua com o auxílio das duas mímicas enquanto passeava pelo Centro da cidade. Para ela, essas ações são importantíssimas, principalmente quando se trata da segurança dos pedestres. “É muito perigoso para nós que andamos a pé, estamos mais vulneráveis. Eu sou cautelosa, primeiro piso na faixa e depois sinalizo. E quando percebo que está vindo um motociclista, espero parar totalmente, porque eles não costumam respeitar a faixa”, relata.

Maria Benedita de Oliveira, de 71 anos, também andava pela região central e concorda com os cuidados redobrados, no entanto, destaca que os pedestres também devem ser prudentes. “Falta respeito das duas partes, tanto dos condutores quanto das pessoas que estão a pé. Eu vejo pessoas tentando atravessar enquanto o sinal está verde para os carros, assim como observo os motoristas passando no vermelho”, aponta.

Para ambas, o Centro de Sorocaba é o lugar mais perigoso para os pedestres em razão da alta movimentação. Entretanto, outro sorocabano - que preferiu não se identificar -, também cita o Campolim, especificamente a avenida Antônio Carlos Comitre. “Como pedestre, por muitas vezes sou desrespeitado por motoristas que ignoram as mais básicas leis de trânsito, como a prioridade na hora de atravessar na faixa”, afirma.

A preferência citada pelo munícipe está prevista no Artigo 70 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em caso de desrespeito, quando o motorista avança enquanto o pedestre atravessa a via transversal ou fora da faixa a ele destinada, a infração é grave e com multa de R$ 195,23, além dos cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Se a vítima integrar um grupo prioritário crianças, idosos, portadores de deficiência física e gestantes , a violação se caracteriza como gravíssima, portanto, a pena aumenta para R$ 293,47 e sete pontos na CNH.

Além do desrespeito às leis de trânsito, o sorocabano ainda cita faixas mal sinalizadas e a sensação de impunidade dos motoristas. “Ao pedestre, indefeso diante de um veículo, só interessa estar seguro nas calçadas e poder atravessar as ruas sem ser atingido”, finaliza.

Segundo a Prefeitura, a imprudência, a negligência e a imperícia são os três fatores que implicam em infrações de trânsito e risco à vida. Na área urbana, a Semob tem atuado em três vertentes: engenharia de tráfego, fiscalização e educação para o trânsito. A dica aos pedestres é sempre respeitar as sinalizações e atravessar a via pela faixa ou passarela.