Sorocaba tem nove casos de mpox em 2024
Votorantim tem uma confirmação no semestre; OMS declarou a doença como emergência em saúde pública
Nove homens receberam o diagnóstico positivo para a monkeypox em Sorocaba neste ano. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SES), eles têm entre 24 e 42 anos. Ainda conforme a pasta, o último caso confirmado foi notificado no dia 7 de agosto. A cidade não registrava a doença desde 2022. Naquele ano, foram 42 positivados.
Pela região, conforme apuração do Cruzeiro do Sul junto às prefeituras, da mesma maneira que a Manchester Paulista, em 2022, houve uma eclosão dos casos em algumas cidades, mas que obteve controle no ano seguinte. Entretanto, variantes do vírus trouxeram de volta a enfermidade em 2024.
Em Votorantim, foi registrado um caso nos últimos oito meses. Conforme a prefeitura, a paciente é uma mulher de 42 anos. Já São Roque não tem nenhum novo caso. A reportagem questionou outras cidades da região sobre a incidência neste ano, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
No Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) de Sorocaba, composto por 33 municípios, nove deles registraram casos entre julho de 2022 e agosto de 2024. A informação é do Painel de Monitoramento da doença, produzido pela Secretaria Estadual da Saúde (SES).
A cidade com maior número de casos é Sorocaba com 51, seguido de Votorantim (8), Itapetininga (7), Itu (4), São Roque (3), Mairinque (1), Piedade (1), Alambari (1) e Guareí (1). Não houve mortes em decorrência da doença nos últimos dois anos.
A monkeypox
A mpox — anteriormente chamada erroneamente de varíola dos macacos —, conforme o Ministério da Saúde, é uma doença causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com uma pessoa infectada pelo vírus, materiais contaminados pelo micro-organismo e animais silvestres (roedores) infectados.
Os sintomas mais comuns da doença são erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrio e fraqueza. O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas da mpox (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
De acordo com publicação da pasta federal, após a manifestação de sintomas como erupções na pele, o período em que as crostas desaparecem, a pessoa doente deixa de transmitir o vírus a outras pessoas. “As erupções na pele geralmente começam dentro de um a três dias após o início da febre, mas, às vezes, podem aparecer antes da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus”, explicou o Ministério da Saúde.
A principal forma de proteção, por sua vez, é evitar o contato direto com pessoas em suspeita ou confirmação da doença. Se necessário a proximidade, o Ministério orienta o uso de luvas, máscaras, avental e óculos de proteção.
Atendimento pela região
No geral, o público que estiver com suspeita de mpox pode procurar o serviço público de saúde. Em Sorocaba, o atendimento é feito tanto nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) quanto nas UPHs e UPAs.
O mesmo esquema é seguido por Votorantim. O público pode procurar uma das 16 UBSs. Se o caso for realmente suspeito para monkeypox, o paciente é encaminhado ao Serviço de Atendimento Especializado para realização de coleta do exame.
Em São Roque, por sua vez, a recomendação da prefeitura é que o morador procure o Pronto Atendimento da Santa Casa da cidade.
Alerta ligado, mas sem loockdown
O reaparecimento dos casos em vários países, sobretudo na África (que está em surto para a doença) fez com que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse a mpox uma emergência em saúde pública de importância internacional. O aviso na quarta-feira (14) é para que os governos trabalhassem para combater o vírus de forma conjunta. A entidade, conforme publicação da Agência Brasil, não aconselhou Estados-membros a implementar nenhum tipo de isolamento social em massa para interromper a transmissão da doença, como o que aconteceu durante a pandemia de Covid-19.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”, disse o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, à Agência Brasil. “Sabemos como controlar a mpox e no continente europeu os passos necessários para eliminar completamente a transmissão”, completou.
No Brasil, o Ministério da Saúde instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à doença no País. A pasta anunciou ainda que negocia a aquisição emergencial de 25 mil doses contra a mpox junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). (Com informações do Ministério da Saúde e Agência Brasil)