Cônsul dos EUA vem a Sorocaba lançar programas para juventude
Projetos incentivam quem busca emprego e quem já está no mercado de trabalho
A Embaixada e Consulados do Estados Unidos no Brasil, em parceria com Centro Cultural Brasil Estados Unidos (CCBEU) de Sorocaba, lançaram, ontem (10), um programa para ajudar jovens a conseguir emprego e profissionais a alavancar suas carreiras por meio de aprendizagem do inglês. Houve, também, o anúncio da 2ª edição de um projeto voltado a incentivar jovens a desenvolver ações de sustentabilidade. As novidades foram divulgadas em evento no Parque Tecnológico. Juntos, os dois trabalhos vão beneficiar 100 pessoas. O evento de lançamento trouxe o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Richard Glenn, a Sorocaba.
Uma das iniciativas é a Employability and Career Advancement Program (E-CAP) — Programa de Empregabilidade e Avanço na Carreira, em tradução livre. Ela tem como objetivo ajudar os participantes a aprimorar a língua inglesa. Assim, eles têm mais chances de conseguir emprego em grandes empresas, principalmente norte-americanas, ou de ascender na carreira.
Segundo Fernanda Lopes, relações públicas do CCBEU Sorocaba, 60 pessoas foram selecionadas para participar da 1ª edição. O grupo é formado, exclusivamente, por candidatos de instituições parceiras do Centro Cultural — estudantes de escolas públicas e privadas, assim como funcionários de empresas locais.
Durante o programa, os membros vão ter aulas gratuitas do idioma e de temas ligados ao desenvolvimento de habilidades interpessoais. São as chamadas soft skills. O material também está incluído.
Já o outro projeto chama-se ECO Team for a Better World (Equipe em busca de um mundo melhor, em tradução livre) e chega à 2ª edição. Unindo tecnologia, sustentabilidade e empreendedorismo, ele convida os participantes a desenvolver ações para problemas ambientais. Neste ano, o tema da iniciativa -- apoiada pelo Departamento de Estado americano -- é mitigação e prevenção climáticas.
Ao todo, 40 alunos — de três escolas públicas de Sorocaba e de uma de Votorantim — deverão criar soluções sustentáveis e de baixo custo para os desafios climáticos locais. Eles serão orientados nesse processo por acadêmicos e representantes de empresas da área de engenharia de sistemas. Os trabalhos podem tanto ser físicos, quanto artigos e pesquisas. “Depois, a banca dos acadêmicos vai selecionar qual é o projeto que tem mais relevância para corrigir ou prevenir uma grande mudança climática”, informa Fernanda. O integrante destaque da equipe vencedora receberá uma bolsa de estudos integral em uma faculdade particular da cidade.
Nesse caso, os estudantes participantes foram escolhidos pelas próprias unidades de ensino. Conforme Fernanda, o CCBEU fez o convite às instituições, e aquelas que aceitaram realizaram processos seletivos internos.
Os dois programas começam no início de outubro de 2024 e terão duração de um ano.
Transformação
De acordo com Richard Glenn, cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, as duas iniciativas têm como foco incentivar os jovens a ampliar as suas perspectivas de futuro. Para ele, ao obter novos conhecimentos, esse público se sente motivado a transformar a própria vida, a sua comunidade, o meio ambiente e o mundo. “Sabemos que eles são o futuro. Então, queremos um futuro (com jovens) que cuidem mais do meio ambiente, que estão dando os passos necessários para lidar com os problemas gerados pelas mudanças climáticas”.
Outras intenções são formar líderes e empreendedores sociais, dando-lhes subsídios para fazer isso. “Eles (jovens) têm desejo de fazer algo e, muitas vezes, só falta um impulso para conhecerem as ferramentas acessíveis a eles”, comenta Glenn.
No caminho
Ana Lídia Marcolino de Carvalho, de 19 anos, está nesse caminho. Quando cursava o 3º ano do ensino médio, ela participou do ECO Team for a Better World. Junto com mais nove colegas, desenvolveu uma torneira eletrônica antivandalismo. Ela foi eleita a melhor do grupo e ganhou a oportunidade de cursar engenharia civil de graça. Com o projeto, a estudante aprendeu que, às vezes, uma ação isolada — como criar um novo produto — pode até parecer simples. Mas, quando se trata de sustentabilidade, toda contribuição é muito relevante e faz a diferença. “Não conseguimos transformar o mundo, mas transformamos o que está à nossa volta”.
Ian Duarte Lopes, de 17 anos, também quer ajudar a melhorar realidades, começando pela sua. Pensando nisso, o aluno do 3º ano do ensino médio de uma escola de Sorocaba se inscreveu no Employability and Career Advancement Program e foi aceito. Focado na carreira, ele quer fazer alguma graduação no campo das ciências exatas e considera que o inglês será essencial para alcançar sucesso nessa área. “Meu sonho é estudar fora. Então, acredito que (aprender o idioma) vai agregar muito”, diz.