Pais de bebê encontrada há 5 meses não são localizados

 

O homem que teria encontrado uma bebê dentro de uma caixa de papelão no Jardim Lopes de Oliveira — zona norte de Sorocaba —, no dia 3 de abril deste ano, se negou a fornecer material genético para a Polícia Civil. Com isso, não foi possível realizar o teste de DNA para verificar se ele tem algum parentesco com a criança. Nessa situação, o exame só pode ser feito mediante ordem judicial. Até o momento, a identidade da mãe da menina também não foi descoberta.

A Polícia Civil depende de denúncias para dar continuidade às investigações. Quem tiver qualquer informação pode entrar em contato pelos telefones 181 e 197, ou pelo site webdenuncia.org.br.

Logo após o encontro do bebê, o delegado Acácio Aparecido Leite, titular do 8º Distrito Policial (DP), relatou várias divergências identificadas na história. A primeira é que o homem, de 40 anos, não vive nas ruas, como alegou. Ele tem endereço fixo na cidade, trabalha como catador de materiais recicláveis e recebe auxílios do governo federal.

Além disso, a pessoa contou ter achado a criança por volta das 17h30, perto da Unidade Básica de Saúde (UBS) Lopes de Oliveira. Entretanto, nas imagens das câmeras de seguranças analisadas, a polícia não encontrou registros da passagem dele pelo local no horário indicado. Ele também contou versões conflitantes em seus depoimentos. Primeiro, disse ter encontrado a recém-nascida bem perto da UBS. Depois, falou que foi longe.

Outro ponto contraditório é quanto à caixa de papelão, pois ela nunca foi localizada. De acordo com relatos de testemunhas, o suspeito, na verdade, levou a menina para a unidade em um carrinho de bebê, acompanhado de uma mulher. O estado de saúde da criança também chamou a atenção. Segundo o responsável pelas investigações, ela estava vestida, com fralda, cuidada e alimentada. O cordão umbilical encontrava-se devidamente cortado, com a sutura feita corretamente, e não havia vérnix caseoso — material branco que envolve os recém-nascidos.

Segundo a polícia, a ausência de características de recém-nascido indica que a mãe não deu à luz no local. Para os investigadores, a bebê nasceu em um ambiente saudável, pelas mãos de alguém apto a realizar partos, e foi abandonada na rua horas depois.

 

O caso

Na tarde do dia 3 de abril, um homem acionou funcionários da UBS após supostamente encontrar a menina abandonada nas proximidades da unidade. Enquanto andava pela região, ele teria ouvido choro vindo de uma caixa de papelão. Ao se aproximar, teria visto a criança dentro. (Da Redação)