Essa é uma luta de todos

Campanha busca conscientizar sobre a importância do Outubro Rosa, que reforça a prevenção ao câncer de mama

Por Vanessa Ferranti

Bate-papo descontraído com uma médica ginecologista, uma psicóloga e uma fisioterapeuta ajuda a entender melhor o assunto

Estamos em outubro, mês de conscientização ao câncer de mama — o segundo mais comum entre as mulheres no mundo e também no Brasil, ficando atrás somente do câncer de pele. É o Outubro Rosa. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2024 são estimados 73,6 mil novos casos no País, com um risco de 66,54 casos a cada 100 mil mulheres. O Ministério da Saúde afirma que cerca de 17% dos diagnósticos podem ser evitados por meio de hábitos de vida saudáveis. Para promover essa conscientização e incentivar cada vez mais mulheres a buscar informações sobre o câncer de mama, a Perseverança Terceira, de Sorocaba, realiza a campanha: “Perseverança na Luta Contra o Câncer”. Um bate-papo com especialistas - uma médica ginecologista, uma psicóloga e uma fisioterapeuta - ajuda a falar de uma forma leve e informativa sobre o assunto.

A médica ginecologista Rozana Mastins Simoneti salienta a importância de abordar o tema durante todo o ano, mas enxerga, também, a necessidade de um mês voltado para a causa. “É o ano inteiro, mas em outubro a mídia está toda em cima, então, há uma conscientização geral. A gente costuma falar que o ginecologista é o médico da mulher. Está em nossas mãos falar sobre isso desde sempre, todos os dias, toda consulta, não só para paciente que está na faixa de risco, que seria pacientes no climatério, mas paciente mais jovem, cuja mãe teve câncer de mama mais jovem, então, tem mais risco. Acredito que o Outubro Rosa vem para fortalecer”.

A propagação da informação está em justamente alertar as mulheres sobre os hábitos de vida saudáveis e incentivar a realização dos exames, que são fundamentais na prevenção. Conforme a médica, existem fatores modificáveis e os não modificáveis. Os não modificáveis tratam-se de genética, com casos de câncer de mama na família em mulheres com menos de 50 anos. Já os modificáveis estão relacionados à qualidade de vida. “Dieta, atividade física, peso adequado, evitar bebida alcoólica em excesso, açúcar em excesso, tabagismo, isso são fatores modificáveis. O câncer genético mesmo é de 15% só, os outros são modificáveis”, explicou Simoneti.

Equipe multidiciplinar

Quando uma mulher recebe o dianóstico positivo de câncer de mama, ela precisa de uma equipe de especialistas multidisciplinar, entre eles o psicólogo e o fisioterapeuta; ambos são fundamentais durante todo o tratamento. Segundo a psicóloga Maria Isis Barros Martins, ao descobrir o câncer de mama, a maioria das mulheres chega com muito medo ao consultório. “Em nível psicológico, o impacto ainda hoje é avassalador, o medo, a pessoa se pasalisa e faz com que ela veja a situação de uma forma muito pior, porque falta conhecimento e muitas das vezes querem até fugir, então, é fundamental, quando a assistida vem e está apavorada, o incentivo para ela. Nós precisamos que ela vá para o médico, que ela se engaje no tratamento médico e nós, a fisitoreapia, eu, vamos fazer o acolhimento e somar as ferramentas”.

Com a fisioterapia, a paciente, no pós-operatório, consegue voltar a ter qualidade de vida. “O agravante no pós-operatório é a dor que elas carregam, a dor emocional que junta com a dor física. Ninguém vive bem com dor. Quando elas vêm para a fisioterapia, começamos a tirar, com o tratamento, o peso dessa dor, então, ela consegue voltar às atividades diárias da vida dela, o que gera independência”, destacou a fisioterapeuta Fabiana Peixoto.

Apesar do grande desafio que é ter um câncer de mama, com os novos tratamentos, é possível superar. “Gente, aceite, eu aceitei. O que mais ficou para mim é que eu perdi o medo”, declarou a ginecologista Rozana Mastins Simoneti, que também enfrentou a doença.