UBS ainda necessita de extração de gases do solo

Por Vinicius Camargo

UBS e CEI no Jardim Rodrigo foram construídos sobre antigo aterro sanitário

A Prefeitura de Sorocaba renovou por um ano o contrato com a Weber Consultoria e Engenharia Ambiental, responsável pelo monitoramento e extração de gases do solo sob a Unidade Básica de Saúde (UBS) e o Centro de Educação Infantil (CEI) 117, no Jardim Rodrigo. A contratação, firmada em setembro de 2019, foi estendida por 12 meses, entre 10 de agosto deste ano e o dia 9 do mesmo mês de 2025. O valor é de R$ 116.175,00. As informações constam no Jornal do Município de 31 de outubro.

A renovação dos serviços de monitoramento e extração de gases confirma que o problema de instabilidade do solo prossegue. Os prédios da UBS e da escola municipal foram construídos sobre um antigo aterro sanitário. Os dejetos sob o terreno emitem metano e teme-se que o gás, em altas concentrações, cause explosão.

Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema) informa que a única providência cabível e mais adequada é o monitoramento e a remoção contínua dos vapores e dos gases da área. Segundo a pasta, a prefeitura continua realizando esses trabalhos e não existe previsão de encerramento da remediação (remoção de gases/vapores) (...) devido às características da área e do material orgânico que gerou a contaminação”, explica. Conforme o comunicado, há também visitas semanais para avaliação e manutenção preventiva do sistema de remediação.

Ainda de acordo com a Sema, não há possibilidade de novo fechamento da UBS e do CEI pois as intervenções se mostram eficientes. “Os resultados atuais indicam que o sistema de remediação é eficaz na remoção dos gases, comprovado pela ausência de concentrações de vapores e gases em diferentes pontos de monitoramento”, diz.

Segundo a secretaria, o relatório mais recente, de setembro de 2024, aponta ausência de Compostos Orgânicos Voláteis (COVs) e de metano em todos os pontos monitorados. “ (...) Com exceções pontuais, mas de concentração baixa de metano, que não oferece risco algum”, afirma. O Cruzeiro do Sul também questionou a Weber Consultoria e Engenharia Ambiental, mas a empresa disse não poder passar informações por causa de um acordo de confidencialidade firmado com a Prefeitura.

Interdição em 2021

A unidade de saúde e a escola infantil foram interditadas em 2021 devido a rachaduras e afundamento. Conforme informou a prefeitura na época, uma inspeção de segurança mostrou níveis de emissão de gás de até 100% em um ponto de medição instalado em uma sala da UBS. O máximo tolerável era de 20%. Haveria, ainda, pontos da rede entupidos pela falta de contrato com empresa especializada para manutenção preventiva e corretiva do sistema.

Também se suspeitava, na ocasião, de que uma falha na drenagem estaria provocando uma “bolsa de ar” embaixo das instalações. Essa seria a razão para o afundamento e o aparecimento de rachaduras de até seis centímetros de largura nos prédios.

Durante nove meses fechada para obras, a UBS reabriu em outubro de 2021. O CEI também foi interditado e voltou a funcionar no início de 2022.