Paulistas aderem à prática de atividade física

 

Os moradores do Estado de São Paulo estão mais preocupados com a saúde e menos sedentários, aponta uma pesquisa do Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). De acordo com o levantamento, 57% da população dedica uma parte do dia à atividade física. Porém, conciliar o exercício a uma rotina cheia pode ser um desafio.

A corrida ganhou muitos adeptos durante a pandemia de Covid-19, iniciada em março de 2020, entre eles, a estudante Laura Elisa dos Santos Sabadin, 20 anos. Entre provas, trabalhos da faculdade e outros compromissos do dia a dia, ela encaixa a prática nos horários livres, antes ou depois das aulas.

Para isso, explica, é necessário constância e disciplina, além de um bom planejamento da semana. “A rotina fica puxada, mas quando você tem um objetivo claro, como completar uma prova ou melhorar o desempenho, isso acaba sendo uma motivação a mais”, relata. “Minha dica é: não pare, encontre o horário mais confortável e siga em frente. Cada treino é um passo mais próximo do objetivo.”

Neste cenário, o fim de semana é um bom aliado para a estudante, que aproveita o tempo livre para corridas longas e com maior intensidade, o famoso “longão”. Conforme Laura, o modelo de treino é essencial para quem participa de provas e ajuda a desenvolver resistência física e mental.

“A corrida é um ótimo exercício, me dá mais disposição, reduz bastante a minha ansiedade e melhora muito a qualidade do meu sono”, conta. “Além disso, transformou minha mentalidade. Sinto que amadureci e me tornei mais disciplinada”, acrescenta. “A corrida consegue nos desafiar constantemente a sermos melhores e isso reflete em várias áreas da vida.”

Um estilo de vida

A atividade física também se faz presente no dia a dia dos empresários Ana Claudia Sobral, 33, e Rafael Reis, 32. Durante a semana, ambos fazem musculação, enquanto no fim de semana dedicam a manhã para corrida.

Para eles, praticar exercícios físicos é um estilo de vida. “Acho que tanto eu, quanto ele, desde pequenos fomos incentivados a fazer atividade física. Claro, conciliar com a rotina de trabalho é difícil, mas nos esforçamos bastante para conseguir. Acredito que para quem gosta, como nós, é muito mais prazeroso do que uma obrigação”, comenta Ana.

A falta de tempo, segundo a pesquisa da Fundação Seade, é o segundo principal motivo — 29% usaram essa justificativa — para as pessoas não praticarem atividade física.

No entanto, para Rafael o exercício é um grande aliado na rotina de trabalho. “Eu sinto que o dia rende muito melhor depois da musculação”, afirma. Além disso, o empresário presenciou muitos casos de sedentarismo na família, alguns, inclusive, evoluíram para problemas mais sérios de saúde.

Esta realidade também é traduzida em números pelo levantamento do Seade — cerca de 35% da população não realiza nenhuma atividade em razão de enfermidades. Deste percentual, a maioria possui 60 anos ou mais (48%), indicando que a ausência de exercícios pode agravar a qualidade de vida. (Beatriz Falcão)