Cresce o número de animais silvestres em áreas urbanas
Esse aumento se deve a um reflexo da expansão urbana
É cada vez mais comum a aparição de animais silvestres em áreas públicas. Nesta última semana, um lobo guará foi visto caminhando tranquilamente nos arredores de um condomínio em Salto. No início do ano houve uma onça flagrada em um condomínio em Araçoiaba e outro caso em Itu. Além de diversos casos de saruês, saguis, bugio, macacos-prego e maritacas que aparecem com frequência em condomínios próximos de áreas de reserva ambiental.
Para o coordenador do curso de bacharelado de Ciências Biológicas da Universidade de Sorocaba (Uniso), Thiago Simon Marques, o aumento de avistamentos de animais silvestres em áreas urbanas é reflexo direto da expansão das cidades sobre os habitats naturais. “A fragmentação das florestas, o desmatamento e a criação de áreas verdes em ambientes urbanos tornam as cidades locais atraentes para algumas espécies, que buscam alimento ou abrigo”, explica.
Thiago conta que ao encontrar um animal silvestre em ambiente urbano, a primeira medida é manter a calma e evitar interagir diretamente com o animal. “Afaste-se para não assustá-lo ou colocá-lo em risco e acione os órgãos competentes, como a Secretaria do Meio Ambiente ou a Polícia Ambiental”, salienta.
“É fundamental não tentar capturar ou alimentar o animal, pois isso pode causar estresse ou comportamento agressivo, além de ser perigoso tanto para o animal quanto para as pessoas envolvidas. Caso o animal esteja ferido, procure restringir o acesso ao local para evitar que ele seja perturbado enquanto os profissionais especializados não chegam”.
Sobre o clima, o profissional explica que a época do ano pode influenciar. “Durante períodos de seca ou escassez de alimentos, muitos animais se deslocam em busca de água ou comida, aumentando a chance de serem vistos em áreas urbanas. Além disso, durante a primavera e o verão, que coincidem com a época reprodutiva de muitas espécies, os animais podem ampliar suas áreas de atividade, sendo avistados com maior frequência”, finaliza Thiago.
Angela Oliveira é moradora de um condomínio em Araçoiaba da Serra e acha comum presenciar famílias de saguis e macacos-prego passeando pelas árvores e saruês procurando comida.
Em um condomínio na avenida São Paulo em Sorocaba, os moradores já se acostumaram com a presença de saruês e maritacas e já presenciaram um bugio pulando nas árvores. “As maritacas são como despertador, logo cedo aparecem cantando no telhado e os saruês já são conhecidos como os inquilinos, só esta semana dois foram encontrados na área gourmet da casa e um deles era filhotinho e brincava na piscina”, comenta uma moradora.