Parque aquático de Sorocaba enfrenta barreiras ambientais

A decisão da suspensão do alvará de licença do Acqua Thermas Park, bem como a paralisação das obras e a proibição da emissão de novas licenças foi divulgada na semana passada

Por Tom Rocha

FÁBIO ROGÉRIO
Empreendimento ocupará uma área de 120 mil metros quadrados na extrema zona leste

Como noticiado na semana passada pelo Cruzeiro do Sul, a Justiça determinou a suspensão do alvará de licença do Parque Aquático Acqua Thermas Park, bem como a paralisação das obras e a proibição da emissão de novas licenças. A decisão, assinada pelo juiz Alexandre de Mello Guerra em 11 de março, atende a mais um pedido do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).

O parque aquático ganhou notoriedade desde o anúncio do seu lançamento no ano passado. De acordo com os responsáveis, o empreendimento ocupará uma área de 120 mil metros quadrados, contará com água quente em todos os ambientes e terá o maior toboágua do mundo, com 60 metros de altura (equivalente a um prédio de 21 andares), além de uma praia artificial de 3 mil metros quadrados.

O Cruzeiro realizou uma visita ao local das obras na tarde de quinta-feira (20). O empreendimento está sendo construído no bairro Brigadeiro Tobias, na Estrada do Passa Três, ao longo da Rota Turística Caminhos da Marquesa. O próprio local escolhido para o parque apresenta desafios. Situado em um dos bairros mais afastados de Sorocaba, na extrema zona leste, o canteiro de obras é uma grande extensão de terra seca, impactada pela estiagem dos últimos dias.

O acesso é difícil, feito por uma estrada de terra acidentada, estreita e capaz de comportar apenas dois veículos lado a lado. Até o momento, há apenas um estabelecimento comercial nas proximidades, um café e restaurante.

Não é a primeira vez

Esta não foi a primeira barreira ambiental enfrentada pelo empreendimento. Em 27 de agosto de 2024, as obras foram interrompidas por determinação judicial devido à ausência de licenças ambientais. Já em 13 de setembro do mesmo ano, a venda de títulos do parque também foi suspensa pelo mesmo motivo.

Por meio de uma nota de esclarecimento enviada na terça-feira (18), em resposta à nova suspensão do alvará, a empresa responsável afirmou que o empreendimento segue os trâmites legais para obtenção das licenças necessárias junto aos órgãos competentes.

“O Grupo Acqua Thermas Park esclarece que o parque ainda não iniciou as obras e que todas as exigências ambientais estão sendo rigorosamente cumpridas. Entre elas, a apresentação dos laudos técnicos ambientais em conjunto com o projeto arquitetônico”, diz o comunicado.

O próprio site oficial do empreendimento indica que os desafios ambientais são um obstáculo. Logo na página inicial do hotsite do Acqua Thermas Park, há um aviso: “OBS: O empreendimento depende de aprovação pelos órgãos ambientais competentes e, por determinação judicial, não está disponível para comercialização imediata”.

Em maio do ano passado, durante o lançamento do projeto, a empresa anunciou que a previsão de inauguração seria para 2025.