Polícia desarticula quadrilha que aplicava golpes bancários
Uma das vítimas era da zona norte de Sorocaba; duas pessoas foram presas e um está foragido

Golpistas se fazem passar por cobradores de dívidas de débitos falsos nas contas de pessoas, e de posse de dados, fotos e até senhas das vítimas, zeram suas contas bancárias. Um homem da zona norte de Sorocaba perdeu R$10.000. Investigações de mais de um ano pela Polícia de Sorocaba descobriram uma dessas organizações criminosas, e prenderam dois bandidos do esquema, com um foragido. Há mais dois integrantes, em uma estrutura de cinco autores para todo o funcionamento do crime. As informações foram repassadas em uma coletiva de imprensa feita na manhã desta quarta-feira (26) na Delegacia Seccional de Polícia, conduzida pelo delegado Acácio Aparecido Leite, titular do 8º DP.
"É uma grande oportunidade para alertar a população sobre golpes. São criminosos sofisticados, criativos, com grande poder de persuasão. É preciso entender uma coisa: banco não liga para ninguém. A melhor prevenção é a informação", alerta o delegado.
O esquema começa com algum cliente de banco -- no caso da vítima de Sorocaba, era um federal. A vítima recebe uma mensagem via WhatsApp ou uma ligação telefônica informando sobre débitos indevidos em sua conta. Ele é repassado para uma segunda pessoa -- neste caso, uma mulher, que possuí grande poder de convencimento. Ela consegue persuadir a vítima a fornecer dados pessoais sensíveis, como a senha do banco. Neste caso, o golpe já começa a ser aplicado. O homem da zona norte neste momento já tinha perdido os R$ 10 mil. Entram em ação mais três autores, se passando por pessoas de uma instituição financeira mediadora de pagamentos, que "ajudam" a vítima a "ajustar" suas contas, sem saber do prejuízo. Nesse esquema, todos levam alguma porcentagem dos valores roubados.
As investigações a partir desse crime correram por um ano, e a polícia conseguiu identificar os três últimos autores, e obter mandados de prisão contra eles. Um deles era um motoboy de 29 anos, preso em Ribeirão Preto; outro um atendente de atacadão de 31, de São Paulo; e um pedreiro de 36 -- esse ainda foragido. "Isso de existir um esquema de dentro da cadeia há muito tempo não existe. São organizações criminosas atuando fora há tempos", explica Acácio."O crime de estelionato não tem violência, então não ganha grande repercussão. Isso é um problema", analisa.
Por fim, o delegado orienta: "Nunca passe seus dados pessoais, foto e a senha para ninguém, nunca."