Número de passageiros de ônibus cai 49,3% em Sorocaba

Por Ana Claudia Martins

Em março de 2020, foram transportados 146 mil pessoas. Neste ano, até o dia 22, foram 71.978 usuários. Crédito da foto: Fábio Rogério (22/3/2021)

Em março de 2020, foram transportados 146 mil pessoas. Neste ano, até o dia 22, foram 71.978 usuários. Crédito da foto: Fábio Rogério (22/3/2021)

Após um ano de pandemia da Covid-19, o número de passageiros no transporte público de Sorocaba teve queda de 49,3%, segundo números passados pela Urbes - Trânsito e Transportes, empresa pública responsável pela gestão do sistema na cidade. De acordo com os dados da Urbes, no início da pandemia, em março de 2020, a quantidade de passageiros no transporte coletivo era de 146 mil. Um ano após, em março de 2021, o total é de 71.978.

Segundo o presidente da Urbes, Luiz Carlos Siqueira Franchim, a pandemia e as fases mais restritivas do Plano São Paulo são um dos motivos que afetam a redução de passageiros no transporte coletivo. Franchim disse ainda que somente na última semana de março, em relação a anterior, a queda no número de passageiros foi de 18%. “As fase mais restritivas, como essa agora emergencial, que a pessoa muitas vezes trabalha em casa, ou está sem emprego, ela deixa de usar o transporte coletivo, além de outros motivos”, afirma.

Desde janeiro, a Urbes tem aumentando a frota de veículos nas ruas exatamente por conta da pandemia. Atualmente, a cidade já está com 100% da frota de ônibus nas ruas, que é de 331 veículos. “Na gestão anterior, no ano passado, a frota estava reduzida em 25%. Então, desde o início do ano começamos o movimento de aumentar o número de ônibus nas ruas, até para dar mais segurança para os usuários, e inicialmente colocamos mais 13 ônibus, mas sabíamos que era preciso aumentar mais”, destaca Franchim.

Ele aponta ainda que o ideal, em uma pandemia, seria ter ônibus rodando somente com pessoas sentadas, mas que o custo disso seria altíssimo e que nenhuma cidade no País consegue tal realidade. “Nosso pico foi esse mês quando conseguimos colocar 100% da frota rodando, incluindo até veículos da reserva. Então, não temos mais como aumentar esse número”, destaca.

Ontem (23), a Urbes anunciou, por exemplo, pela terceira vez em março, a ampliação no atendimento de passageiros, promovendo melhorias em mais cinco linhas de ônibus. Conforme a Urbes, as ações buscam evitar aglomerações e fazem parte do plano de melhorias contínuas, adotado desde o início deste ano pela atual administração municipal, que tem garantido o aumento gradual da frota de ônibus e a diminuição do intervalo entre viagens.

O presidente da Urbes afirma ainda que em Sorocaba os ônibus estão rodando, em média, nas categorias B e C. “A categoria B corresponde a passageiros sentados e mais 20 em pé, e a C aos sentados e mais 30 em pé. O ideal seria a categoria A, que é somente passageiros sentados, como se fosse um fretado, mas esse custo é totalmente inviável, diz Franchim.

Ele cita ainda que diariamente nos dois terminais de ônibus, toda a frota é fiscalizada no sentido de evitar aglomerações nos ônibus, e caso chegue algum veículo muito cheio o fiscal chama outro carro para equilibrar. “Temos o problema no horário de pico, que não tem muito o que fazer. Então, a orientação é que as pessoas evitem usar os ônibus nos horários de pico”, orienta.

Além disso, Franchim afirma que todos os ônibus da frota são higienizados antes de entrarem em operação, além dos quatro novos ônibus com tecido antivírus, que começam a rodar em Sorocaba. “Queremos levar essa tecnologia para toda a frota, mas estamos levantado os custos disso com as empresas”, disse o presidente da Urbes.

Usuários tomam cuidado

Na tarde de segunda-feira (22), a equipe de reportagem do Cruzeiro do Sul esteve no Terminal Santo Antônio, o maior da cidade, e conversou com alguns passageiros do transporte coletivo. Eles afirmam que usam a máscara e tomam cuidado por conta da pandemia. Um dos cuidados é exatamente não usar o transporte coletivo quando não há necessidade.

A aposentada Neusa Ferreira dos Santos, 59 anos, disse que antes da pandemia costumava usar mais o transporte coletivo. Depois, passou a pegar ônibus somente quando tem alguma consulta médica ou exame para fazer. “Algumas vezes usei transporte por aplicativo também. Fico com um pouco de medo por conta do coronavírus, Então, quando não precisa evito pegar ônibus”, afirma.

Angela Maria Joaquim, 60 anos, é empregada doméstica e afirma que pega ônibus diariamente por conta do trabalho. Ela disse que nos horários que costuma usar o transporte coletivo, os veículos não está lotados e ela evita horário de pico. “Acho que demora um pouco quando chego mo terminal e espero quase uma hora para pegar outro ônibus”, afirma.

O funileiro Leonardo Filho, 55 anos, disse que usa o transporte coletivo para trabalhar e que no momento não tem outra alternativa. “As pessoas sempre usam máscara e a gente tenta não aglomerar, mas para quem não tem carro, o ônibus é a única opção ou vai a pé”, disse. (Ana Cláudia Martins)