O desafio diário de ser professor: educadores se reinventam em ano atípico
Em meio a um ano letivo inédito, mais do que nunca os professores precisaram se reinventar para dar continuidade ao processo de ensino-aprendizagem. Com escolas fechadas por conta da pandemia de Covid-19, as salas de aula passaram a ser virtuais. Ao trocar lousa e giz por telas de computador e celular, os educadores aprenderam um novo jeito de dar aulas. Diante dessa nova realidade, hoje (15), Dia do Professor, o Cruzeiro do Sul traz histórias de quem supera desafios todos os dias para ensinar, da educação infantil à universidade.
Assim como milhares de educadores, o professor de informática do Colégio Politécnico Joelmir Mora da Silva, 47 anos, tem enfrentado o desafio de ensinar a distância. Para o professor Joel, como é conhecido no colégio, a maior dificuldade tem sido prender a atenção dos alunos. “No começo foi difícil para todo mundo. Alguns professores chegaram a transformar a casa em sala de aula para levar conhecimento aos alunos”, frisa.
No colégio, o professor é muito querido pelos estudantes ao longo de seus 18 anos na educação. “Esse carinho dos alunos é uma recompensa. Eu digo que sou privilegiado pela minha matéria. Eles se divertem aprendendo”. Mesmo longe dos alunos, Joel tem recebido homenagens dos estudantes. “Fico muito feliz e honrado por isso. A gente sabe que está marcando vidas. Professor a gente nunca esquece”.
Distante da sala de aula, a professora de educação infantil Patrícia Elaine de Oliveira Bettim, 49 anos, encontrou nova forma de manter o vínculo com seus alunos de 3 e 4 anos da rede municipal de Sorocaba. Além de preparar o material impresso para os pequenos fazerem em casa, Patrícia passou a gravar vídeos didáticos ensinando como fazer diferentes atividades. Para ela, seu maior presente neste Dia do Professor é poder cumprir seu objetivo como educadora, mesmo a distância. Depois de três décadas dedicadas a educação infantil, esse será o último ano de Patrícia como professora. “Apesar de estar encerrando minha jornada longe da sala de aula, que é onde amo estar, estou feliz e realizada. É extremamente prazeroso ver a criança aprendendo”.
O professor Marco Escobar, 46 anos, que ministra aulas de informática na rede municipal de São Roque e de língua portuguesa no curso de pedagogia da Universidade Brasil, destaca que o Dia do Professor deveria ser todos os dias. “Precisamos valorizar essa importante profissão”.
Marco, que já passou por várias esferas da educação ao longo de seus 19 anos de carreira, aponta que o processo de descoberta é enriquecedor. “Ao ensinar, a gente acaba fazendo a diferença na vida das pessoas. A parte mais rica é poder transformar e ser transformado ao mesmo tempo”. Até porque a educação também está fora da sala de aula, aponta Marco, conhecido pelos alunos por realizar excursões para parques, trilhas, praias e lugares históricos. “Sem encantamento não tem educação. Antes de tocar o cérebro, é preciso tocar o coração”, finaliza. (Jéssica Nascimento)