Parque do Matão, em Votorantim, ainda tem cinco macacos bugios
Depois da morte de pelo menos 32 macacos, da espécie bugio, por conta da febre amarela silvestre no ano passado, o Parque do Matão Jonas Domingues, que fica na rua Ângelo Delapasi, no Parque Bela Vista, em Votorantim, possui somente cinco animais, sendo dois machos e três fêmeas, além de aproximadamente 40 saguis, que é uma espécie de macaco de pequeno porte. A informação é do secretário do Meio Ambiente, Antonio Wilson Prestes Miramontes.
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O parque ficou fechado durante seis meses em 2018, de janeiro a junho, por conta das mortes dos macacos e do perigo de proliferação da febre amarela nas pessoas. Por conta disso, os moradores de Votorantim e Sorocaba foram vacinados contra a doença. A Prefeitura de Votorantim afirma que o Parque do Matão continua sendo monitorado por meio da presença dos macacos. “Eles funcionam como sentinelas. Se houver a morte de um macaco, o parque poderá ser fechado novamente”, afirma.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, além disso é feito constantemente no local o controle de larvas do mosquito Aedes aegypti, que é o transmissor da doença no meio urbano, o mosquito também é o responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya. “O Parque do Matão está aberto normalmente para a visitação pública e funciona diariamente das 8h às 17h. A cidade não registrou mais mortes dos macacos por febre amarela silvestre”, diz Miramontes.
De acordo com a Prefeitura de Votorantim, as pessoas são orientadas a tomar a vacina contra a febre amarela, as doses estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade. No início da tarde de ontem, a equipe de reportagem do Cruzeiro do Sul esteve no parque e presenciou pelo menos três macacos saguis, mas nenhum macaco bugio foi localizado. Segundo um funcionário do local, é mais fácil observar os bugios nas áreas mais internas do parque. No momento que a reportagem estava no local, somente um casal com uma criança estavam visitando o parque e observando os saguis. A esperança dos frequentadores do Parque do Matão é que os poucos bugios que restaram se reproduzam e assim aumentem a quantidade de animais presentes no local.
Já o Departamento de Vigilância em Saúde de Votorantim disse na ocasião da reabertura do parque que foram cumpridos todos os protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde antes de liberar a entrada dos visitantes. De acordo com a Vigilância, o critério utilizado para a reabertura do espaço foi o período de incubação do mosquito transmissor da febre amarela silvestre (sabethes e haemagogus), tendo em vista que cada um vive por aproximadamente 30 dias. Outro fator positivo é o fato de haver macacos habitando o parque.
Logo após as mortes dos primeiros bugios no Parque do Matão, o município iniciou as ações no entorno do local, com vacinação casa a casa, em postos fixos e nas escolas, além da vacinação nas UBSs.
Durante período fechado, local ganhou melhorias e novas trilhas
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Votorantim, durante os seis meses que o Parque do Matão ficou fechado para a visitação pública por conta das mortes dos macacos por febre amarela silvestre, o local passou por ampliação e recebeu novas trilhas, pista de caminhada, academia ao ar livre, além de oferecer ainda um orquidário com diversas espécies. “Aproveitamos esse período em que o parque ficou fechado para a ampliação do espaço de visitação e novas trilhas”, conta Miramontes.
Situado numa área de aproximadamente 63 mil metros quadrados, o parque conta com trilhas de caminhos abertos em meio à mata, que permitem o visitante a desfrutar a natureza. Administrado pela Prefeitura de Votorantim, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, no local também são desenvolvidos programas de educação ambiental, além de receber escolas para visita monitorada.
Casos na RMS
A febre amarela trouxe preocupação para a Região Metropolitana de Sorocaba no ano passado. A morte de primatas ocorreu também em municípios como Ibiúna (28), Sarapuí (10), Pilar do sul (9), entre outros. Ibiúna, onde houve maior mortandade de macacos, também foi a cidade da RMS com mais casos registrados da doença, com 15 pessoas infectadas e 10 mortes confirmadas. A febre amarela causou mortes também em Piedade (três mortes) além de São Roque, São Miguel Arcanjo e Tapiraí, que registraram uma morte cada.
No início de 2019, novos casos de febre amarela registrados no Vale do Ribeira e litoral sul do Estado trouxeram alerta após a morte de seis pessoas. Naquela região, não tão distante de Sorocaba, pelo menos 20 macacos foram encontrados mortos vítimas da doença. (Ana Claudia Martins)