Pilar do Sul completa 82 anos nesta segunda-feira (5)

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Pilar também é conhecida como Nascente das Águas. Crédito da foto: Rodrigo Soares/Divulgação.

Cidade pretende ser incluída no programa de apoio a projetos turísticos. Crédito da foto: Pedro Barreto/Divulgação

O município de Pilar do Sul, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), completa amanhã 82 anos de fundação com os desafios de preservar o clima bucólico de cidade do interior e ao mesmo tempo gerar mais empregos. A vocação agropecuária e turística sustenta a economia local e gera empregos, mas grande parte dos jovens que concluem os diversos cursos de formação profissional ainda se deslocam para fora da terra natal em busca de oportunidades.

A Prefeitura oferece transporte gratuito para 600 alunos, que utilizam 11 ônibus para estudar em cidades como Sorocaba e Itapetininga e fazer cursos que não existem em Pilar do Sul. “Formamos pessoal mas não tem campo para eles, e muitas vezes Pilar fica estagnado em termos de população porque a maioria dos jovens sai para fora para trabalhar”, descreve o secretário de Governo, Segurança e Trânsito da Prefeitura, Jorge Takashi, de 51 anos.

Base econômica

Enquanto isso, com população de 28 mil habitantes e orçamento de R$ 72 milhões projetado para 2019, Pilar do Sul comemora mais um aniversário com geração de empregos alicerçada nas atividades existentes no município e receita pública sustentada em setores como a produção de frutas e a movimentação de dezenas de chácaras de recreios como atrações turísticas.

O município é o segundo maior produtor de atemóia e se destaca também com a produção da uva pilar-moscato, ameixa, maçã, nespera, decopom (espécie de laranja com gomos). A maior parte dessa produção vai para o Ceagesp na capital paulista.

A cidade também conta com uma zona industrial formada de pequenas empresas nas áreas de confecção, placas eletrônicas, cerealistas fabricantes de ração, entre outras. Na agropecuária, ganham projeção a produção de leite e queijos e a criação de búfalos.

No potencial turístico, além das chácaras de recreio, outros pontos de atração fazem a diferença e entre eles estão os rios e cachoeiras, o salão de eventos Atlantic Hall, a festa do peão no Centro de Tradições Campeiras (CTC) de 1º a 4 de novembro, a Feira Agropecuária realizada entre o fim de fevereiro e começo de março. No ano passado, a cidade encaminhou ao governo federal o pedido para ser incluída no programa de apoio a projetos turísticos nos municípios.

Embora consiga preservar o clima de cidade do interior, Pilar do Sul, como outras localidades do país, já vive trânsito complicado e problemas na área de segurança que, segundo Takashi, se restringem a furtos. “O importante é que não há roubos a mão armada”, diz o secretário. O índice de furtos de carro, por exemplo, é baixo. Ele avalia que esses dados fazem da segurança e é uma situação dentro do controle na cidade.

Quanto à saúde e educação, na análise de Takashi a cidade “está bem”. Segundo ele, a Santa Casa local tem dado conta da demanda e as escolas também têm atendido as necessidades da população.

Programação

A programação de aniversário da cidade inclui atividades como rodeio e bailão no CTC, que começaram na quinta-feira (1º) e duram até hoje. Neste domingo (4) serão realizados, às 10h, missa de ação de graças na Igreja Matriz Bom Jesus do Bomfim de Pilar do Sul e, às 19h30, culto de ação de graças na Igreja Presbiteriana Independente, além da inauguração de uma feira libre e corrida de pedestres.

Amanhã haverá a partir das 8h ato de hasteamento da bandeira na praça central, apresentações da Orquestra da Violas e Coral Municipal, entrega de medalhas de honra ao mérito, e mais descerramento de placas de inauguração de duas pontes que ligam bairros ao Centro. Também será exibido um vídeo sobre a cidade. As atividades prosseguirão com tarde de lazer na praça.

Tropeirismo faz parte da história da cidade

Tropeiros, caçadores e mineradores que passavam pela região hoje denominada Pilar do Sul nos idos de 1850 deram origem à história da cidade. Famílias de Minas Gerais vieram à cidade e utilizavam o local, conhecido pelas pedras usadas para pilar a carne, um dos motivos para o seu nome. O pilar também era usado para curtir couro de animais caçados. A religiosidade das famílias mineiras, que tinham grande devoção à Nossa Senhora do Pilar, uma Santa Espanhola, contribuiu para consolidar o nome da cidade.

Pilar também é conhecida como Nascente das Águas. Crédito da foto: Rodrigo Soares/Divulgação.

Em 1865, uma figura conhecida como tenente Almeida adquiriu uma sesmaria na região e trouxe escravos para montar uma fazenda agrícola. Em seguida, ergueu uma pequena capela em homenagem ao santo de sua devoção, Bom Jesus do Bonfim. Em 1868, o tenente doou um terreno para a Paróquia da Diocese de Sorocaba. Em 1877, João Batista Ribeiro, com autorização do bispo da época, fundou a Vila de Pilar elevando-a à categoria de Paróquia. Em 12 de maio de 1891, por meio de decreto, a vila se tornou município. No dia 20 do mesmo mês foi instalada uma intendência que nomeou Euzébio de Moraes Cunha como primeiro prefeito de Pilar.

Pilar do Sul enfrentou grandes dificuldades na primeira metade do século 20. Isso a levou a perder a autonomia política, tornando-se em 1934 distrito do município de Piedade. No dia 5 de novembro de 1936, Pilar reconquistou sua autonomia e voltou a ser município.

Em março de 1937, Eugênio Theodoro Sobrinho tomou posse como primeiro prefeito eleito. No mesmo ano, a Câmara de vereadores aprovou uma lei que doava lotes a todos que quisessem construir prédios de qualquer natureza. Em 1944, a cidade passou a ser chamado de Pilar do Sul. Também é conhecida como Nascente das Águas por conta das dezenas de cachoeiras e dos rios Turvo, Pinhal e Claro, que cortam o seu território.