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Polícia Civil indicia dois investigados pela Operação Casa de Papel

04 de Outubro de 2019 às 19:33
Marcel Scinocca [email protected]

Edmilson Chelles foi titular da Edmilson Chelles (à esquerda) deixa a sede da Delegacia Seccional de Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério (4/10/2019)

Edmilson Chelles Martins, servidor público municipal e ex-assessor técnico da Comissão Permanente de Licitações da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Sorocaba, e o empresário Fernando Araújo da Silva, do Grupo Z de Comunicação, foram indiciados nesta sexta-feira (4). O ato ocorreu na Delegacia Seccional de Sorocaba.

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Os indiciamentos ocorrem no âmbito da Operação Casa de Papel. A defesa de Chelles não quis falar sobre a questão e Araújo divulgou nota sobre o indiciamento, onde nega participação em organização criminosa.

Chelles deixou a Delegacia Seccional por volta das 17h50. Ele foi indiciado por organização criminosa, corrupção e fraude em licitações. No caso de Fernando Araújo, recai sobre ele o indiciamento por peculato. Ele deixou a Seccional por volta das 16h.

Edmilson Chelles Martins foi relacionado pela Polícia Civil "como integrante da organização criminosa, sendo a sua condição de funcionário público crucial para a prática delitiva, ficando evidente que a sua atribuição dentro da referida organização criminosa era agenciar e representar os interesses escusos da empresa Selt/Twenty junto aos procedimentos licitatórios vinculados à Secretaria de Cultura.”

O documento prossegue e afirma que “mediante ajuste, fraudou o caráter competitivo dos procedimento licitatórios com o intuito de obtenção de vantagens ilícitas em benefício da empresa Selt/Twenty, fato este também corroborado pelo já mencionado relatório ofertado pelo TCE”. “Ficou evidenciado nos autos da presente investigação policial que o indiciado aceitou e recebeu vantagens indevidas da pessoa de Felipe Augusto Bismara com finalidade única de intervir nos procedimentos licitatórios da prefeitura de Sorocaba, o que foi corroborado com suas próprias declarações, bem como através da análise das trocas de mensagens por aplicativo de Whatsapp”, diz outro trecho.

No caso do empresário Fernando Araújo, o documento da Polícia Civil afirma que não se comprovou “que ele efetivamente participava da organização criminosa”. De acordo com o texto, “contudo, por meio de elementos materiais e de suas próprias declarações, restou evidenciado que prestou diversos serviços de publicidade destinados à prefeitura de Sorocaba, recebendo sempre em espécie e de maneira clandestina, dinheiro público de origem ilícita, e conforme ficou comprovado nos autos o pagamento dos referidos valores foram expressamente autorizados pela pessoa de Hudson Zuliani e repassado pelo então secretário Eloi de Oliveira e Antonio Neto Bocalão". O documento ainda fala em superfaturamento.

Citados

O empresário Fernando de Araújo divulgou nota na qual afirma que jamais participou de organização criminosa. “Diferentemente do que foi noticiado, a empresa que eu represento não integra nenhuma organização criminosa pautada por receber privilégios causando danos ao erário, assim como destacou a própria Polícia Civil”, diz.

O texto referido por ele à Polícia Civil afirma que “considerando as informações privilegiadas que posteriormente serão ratificadas pelo Ministério Público, bem como as oitivas e demais elementos materiais amealhados no bojo da investigação, não ficou comprovado que o indiciado efetivamente participava da organização criminosa”.

“Quanto as acusações de superfaturamento em notas, nós reiteramos que as cobranças são apenas referentes aos serviços prestados, cujas publicidades foram veiculadas em nossas plataformas e todos os comprovantes de veiculação foram devidamente apresentados aos órgãos responsáveis. Minha empresa de comunicação nunca participou e nem participará de esquemas de 'taxas de retorno', como alegam as acusações infundadas”, continua a nota.

“Eu e a minha empresa jamais participamos e nem participarei de qualquer esquema com qualquer órgão público visando desvirtuar a atenção da população sobre qualquer fato ou ocorrência. Tenho a plena certeza de que todos os fatos serão esclarecidos no seu devido tempo e que a Justiça prevalecerá”, conclui.

A defesa de Edmilson Chelles Martins afirmou que, por enquanto, não se manifestará sobre a questão.

Outros nomes

O empresário Antonio Bocalão Neto e o ex-secretário de comunicação da Prefeitura de Sorocaba, Edemilson Eloi de Oliveira, não compareceram à Seccional para o indiciamento agendado para a sexta-feira. Para a segunda-feira (7), estão previstas as presenças do prefeito cassado José Crespo, Hudson Zuliani, ex-secretário de Licitações e Contratos, Werinton Kermes, ex-secretários de Cultura, e os empresários Felipe Augusto Bismara, Antonio Tadeu Bismara Filho e Jaqueline Bismara. (Marcel Scinocca)