Somente Jefferson Campos assina a favor de CPMI sobre 8 de janeiro

Iniciativa busca saber quem está por trás dos atos de vandalismo contra os Três Poderes, em Brasília

Por Wilma Antunes

"Assinamos a CPMI e esperamos respostas, até porque estamos recebendo relatos de toda natureza e a justiça precisa ser feita", disse Jefferson Campos (PL).

Apenas um deputado federal da região de Sorocaba assinou a favor do pedido de abertura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos de vandalismo ocorridos no dia 8 de janeiro, na
Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF).

A proposta é uma iniciativa do deputado André Fernandes (PL-CE) e visa descobrir quem está por trás dos ataques, “garantir a inocência daqueles que apenas se manifestavam” e apurar se houve negligência por parte do governo Lula.

Dentre os quatro representantesdaregiãonoCongressoNacional, apenas o deputado Jefferson Campos (PL) havia assinado o pedido da CPMI. Segundo oparlamentar, a investigação éuma questão de transparência.

“Nosso mandato está alicerçado em princípios fundamentais, e a transparêncianão deve ser deixada de lado, independente do governo. Assinamos a CPMI e esperamos respostas, até porque estamos recebendo relatos de toda natureza e a justiça precisa ser feita”, diz.

O objetivo da investigação é esclarecer os fatos ocorridos e responsabilizar os envolvidos nos atos de vandalismo, assim como descobrir possíveis influências externas na manifestação pacífica. Para que a apuração seja instaurada no Congresso Nacional, são necessárias 171 assinaturas de deputados federais e 27 de senadores.

Na noite desta sexta-feira (24), Fernandes e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciaram em suas redes sociais que o número mínimo necessário de adesões à CPMI foi alcançado. André Fernandes explicou que não propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) porque esse modelo precisaria de autorização do presidente da Câmara ou do Senado, a depender de qual instituição fizesse a coleta das assinaturas.

Já a CPMI dispensa esse tipo de permissão. Embora ambas ferramentas tenham a mesma finalidade de investigar denúncias e fatos específicos, elas diferem em alguns aspectos. A principal diferença entre CPI
e CPMI é que a primeira é uma comissão formada exclusivamente por membros do Poder Legislativo de uma das casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados ou Senado Federal), enquanto a CPMI é formada por membros das duas casas legislativas, em proporções iguais.

Outra diferença é que a CPMI também pode contar com a participação de membros do Poder Executivo e de representantes da sociedade civil em sua composição, enquanto a CPI é formada apenas por parlamentares.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com os deputados Vitor Lippi (PSDB), Simone Marquetto (MDB) e Erika Hilton (Psol), porém nenhum dos parlamentares respondeu à reportagem até o fechamento desta edição. (Wilma Antunes)