Operação contra organização criminosa cumpre mandados na região

Alvos são empresas e pessoas que teriam praticado falsidade documental, falsidade ideológica e lavagem de bens nos estados de Alagoas e São Paulo

Por Cruzeiro do Sul

Mandados de busca e apreensão são cumpridos em 12 municípios paulistas

Foi desencadeada, na manhã desta quinta-feira (28), a Operação Polímero, que cumpre 31 mandados de busca e apreensão e outros cinco de prisão preventiva, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió (Combate ao Crime Organizado). A ação é contra empresas e pessoas físicas integrantes de uma suposta organização criminosa que atuam de forma fraudulenta na constituição de empresas. Os envolvidos também são investigados por falsidade documental, falsidade ideológica e lavagem de bens nos estados de Alagoas e São Paulo.

A operação acontece em sete municípios da região: Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Tietê, Porto Feliz, Pilar do Sul, Cerquilho e Votorantim. Além disso, mandados também são cumpridos em São Paulo, Mauá, Leme, Guarulhos e Indaiatuba. 

Os trabalhos são comandados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), que está atuando de forma conjunta com a Receita Federal, Secretaria de Estado da Fazenda e Polícia Civil, todas de São Paulo.

Prejuízo de R$ 420 milhões

De acordo com as investigações, a organização criminosa movimentou, de maneira ilícita, mais de R$ 220 milhões por meio da emissão de 1.642 notas fiscais ideologicamente falsas em Alagoas, e outros R$ 200 milhões (duzentos milhões de reais) em tributos federais estimados pela Receita Federal.

Os tributos serão, posteriormente, objeto de autuação pelos fiscais estaduais e da própria Receita Federal.
Em tese, foram praticados os crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de bens. Os investigadores agora apuram se também houve o cometimento de sonegação fiscal.

Bens bloqueados

A 17ª Vara Criminal de Maceió, a pedido do Ministério Público do Estado de Alagoas, determinou o bloqueio de imóveis, veículos, contas-correntes e outros ativos em nome dos integrantes da organização criminosa, pessoas físicas e pessoas jurídicas, a fim de garantir o ressarcimento ao prejuízo causado.

Nesta primeira fase estão envolvidas 10 empresas e 18 pessoas físicas, entre lideranças, gestores, executores, contadores, ‘laranjas’ e ‘testas de ferro’. No entanto, segundo o Gaesf, esses números podem ser ampliados no transcurso da apuração.

A operação, coordenada pelo Gaesf – é a segunda em 10 dias e conta com a participação da Receita Federal, das Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas e São Paulo, da Procuradoria-Geral do Estado de Alagoas, da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas, das Polícias Civil e Militar de Alagoas e São Paulo, do Ministério Público paulista, além da Secretaria de Estado de Ressocialização e Inserção Social de Alagoas e da Polícia Penal de Alagoas.

Após a operação, haverá o compartilhamento de dados com a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda de AL e de SP para fins de apurações administrativas e fiscais e, se for o caso, para os fins da Lei nº 12.846/13, que trata sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. (Da Redação com informações da Receita Federal)