Voluntários colocam cartinhas em viadutos para salvar vidas

Por Vinicius Camargo

Pessoas que superaram problemas relacionados à saúde mental incentivam outras a reagir e buscar ajuda

 

“Não te julgo, te ajudo!”. O lema do projeto Help está exatamente resumido nessas quatro palavras -- oferecer ajuda a quem enfrenta problemas emocionais, sem qualquer tipo de julgamento. Realizada em todos os Estados do Brasil, a iniciativa consiste no desenvolvimento de ações que visam chamar a atenção para a importância de cuidar da saúde mental. Uma delas é o espalhamento de cartas com frases positivas e de esperança pelas cidades. Em Sorocaba e na região, por conta da campanha Janeiro Branco -- cujo objetivo é justamente conscientizar sobre saúde mental e emocional --, esse trabalho ocorre semanalmente neste mês.

Criado em 2017, o projeto independente é formado por voluntários que passaram por problemas relacionados à saúde mental e conseguiram superá-los. Segundo o coordenador local, Pedro Felipe Santos Rodrigues, de 34 anos, há cerca de 100 membros em Sorocaba. No País, são mais de mil.

Ainda conforme Rodrigues, a partir de suas próprias histórias, os integrantes buscam incentivar outras pessoas em situações semelhantes a procurar ajuda para vencê-las da melhor maneira. “Eles (voluntários) são prova de que quem está passando por problemas emocionais também pode conseguir superá-los”, disse.

Uma das formas de conscientizar a população sobre isso é com a distribuição -- geralmente em viadutos -- de mensagens motivadoras, por meio da ação chamada “Essa carta é para você”. De acordo com informações disponíveis no perfil do Help no Instagram, mais de cinco milhões de cartas já foram distribuídas em todo o Brasil, alcançando cerca de 250 mil pessoas.

Uma simples frase pode ser fonte de motivação e força para quem a encontra conseguir lidar e atravessar momentos delicados. “Mostra para a pessoa que a vida dela é importante”, explicou Rodrigues.

Outras ações

Outro programa é o Help nas escolas. Por meio dele, os participantes ministram palestras a estudantes sobre saúde mental e a necessidade de relatar problemas emocionais a pessoas próximas e de confiança. Jovens são o principal público-alvo. “Adolescentes têm certa dificuldade e vergonha de procurar alguém para falar sobre o que estão passando, desabafar e, às vezes, acabam guardando para si os problemas”, comentou o coordenador.

Os voluntários também oferecem escuta especializada pela internet, com a iniciativa Cantinho do desabafo, pelo link https://tawk.to/help.fju. (Vinicius Camargo)