Cresce participação da Região Administrativa de Sorocaba no valor de produção da indústria
Dados da Fundação Seade apontam que houve importantes mudanças na geografia industrial no Estado de São Paulo
A Região Administrativa (RA) de Sorocaba ampliou sua participação no valor da produção industrial (VTI) no Estado de São Paulo em 61,7% nos últimos 18 anos. Segundo dados da Fundação Seade, a participação passou de 4,7% para 7,6% entre 2003 e 2021. Sorocaba também é destaque aumentando sua participação no valor da produção industrial no Estado passando de 1,5% para 2,6%, no mesmo período, entre os municípios com menos de 1 milhão de habitantes.
Conforme a Seade, os dados sobre o valor da produção industrial mostram as mudanças na geografia industrial do Estado de São Paulo, entre 2003 e 2021. De acordo com os números, a participação no valor da produção industrial da RA de Sorocaba, no Estado, era de 4,7% em 2003. Passou para 6,4% em 2011 e chegou a 7,6% em 2021. O resultado coloca a RA na quarta posição, atrás da RA de Campinas (33,1%), da RM de São Paulo (28,4%) e da RA de São José dos Campos (9%), que apresentou queda no período analisado, passando de 11,6% em 2003 para 9,4 e depois para 9% em 2021.
Para a Fundação Seade, os números mostram o avanço de Paulínia (RA de Campinas), que foi destaque ao ultrapassar São Paulo na participação no VTI, com crescimento de 6,9% para 7,3%, enquanto a capital teve queda de 14,7% para 6,5%. Essa tendência de declínio se repetiu em outros grandes municípios do Estado, como São José dos Campos (7,1% para 4,0%), Guarulhos (4,0% para 3,8%), Cubatão (4,1% para 3,4%), São Bernardo do Campo (5,0% para 3,1%), Santo André (2,2% para 1,3%), Barueri (2,0% para 1,0%) e Campinas (2,5% para 1,9%). Para a Fundação Seade, a RA de Sorocaba compreende 47 municípios.
Aumento maior
A Fundação Seade também aponta o resultado positivo de Sorocaba no VTI estadual, que teve aumento de 73,33% nos últimos 18 anos, passando de 1,5% em 2003 para 2,6% em 2021. Entre os municípios que se destacaram positivamente, estão Sorocaba (1,5% para 2,6%), Jundiaí (1,7% para 2,5%), Piracicaba (1,4% para 2,5%) e Indaiatuba (0,7% para 1,5%).
O órgão estadual informa que outra mudança observada foi a redução da influência dos maiores municípios no VTI, com a redistribuição do crescimento da atividade industrial para as cidades de menor porte. Os municípios com mais de um milhão de habitantes, que respondiam por 21,2% do VTI em 2003, viram sua participação diminuir para 12,2% em 2021. As cidades com população entre 500 mil e um milhão também tiveram queda de 17,3% para 12,6%. Em contrapartida, os municípios com até 100 mil habitantes aumentaram sua contribuição de 17,6% para 26,8%.
Para o economista Geraldo Almeida, o resultado positivo tanto da RA quanto da cidade de Sorocaba é por conta da interiorização da industrialização, com as indústrias migrando da capital paulista e dos grandes centros urbanos para o interior, o que beneficiou a região e o município, principalmente no período de 2003 a 2011. “Muitas empresas vieram por conta da mão de obra e qualidade de vida, iniciando com a vinda das indústrias do setor automobilístico para Sorocaba e região. Outro grande atrativo é a logística, visto que Sorocaba fica no chamado “triângulo de ouro” do Estado de São Paulo, do qual fazem parte também as cidades de Campinas e a capital paulista, o que coloca a cidade em uma posição logística estratégica para as indústrias”, disse.
Almeida acredita que a RA e a própria cidade de Sorocaba ainda têm espaço para crescer e atrair novas empresas, o que deve continuar em 2024 e nos próximos anos. “Temos novas empresas chegando na região e se espalhando pelos municípios como Porto Feliz, Boituva, Votorantim, além de Sorocaba, é claro”.
Porto Feliz
O grupo sueco Assa Abloy, que adquiriu em 2015 a marca de cadeados e fechaduras Papaiz, anunciou nesta semana a transferência completa de suas operações de Sorocaba para Porto Feliz, a 20 km da fábrica atual. Além disso, o grupo informou a transferência de suas operações de Salvador também para Porto Feliz.
“A mudança é uma decisão alinhada às estratégias da empresa que visa consolidar suas operações, concentrando-se em localidade próxima à cadeia de suprimentos, facilitando o escoamento para melhor atender a demanda do mercado brasileiro. A transferência terá início na segunda quinzena de fevereiro e deve ser finalizada em dezembro deste ano. O Grupo Assa Abloy reforça o compromisso de continuar a investir no Brasil e gerar novos empregos, bem como colaborar com o desenvolvimento regional e proporcionar a melhor experiência ao consumidor brasileiro”, informa.
O grupo não informou quantos empregos serão gerados e nem valores de investimentos. “A empresa espera que todos os seus colaboradores possam continuar a fazer parte do time”, finaliza.
O Grupo Papaiz possui um centro empresarial em Diadema, no qual estão instaladas 11 empresas de vários segmentos da indústria e de logística. (Ana Claudia Martins)