Mais de 43% abrem mão do desconto na conta de luz

Dos 53.565 consumidores com direito ao benefício em sete municípios da RMS, 23.238 não o estão utilizando

Por Vinicius Camargo

Clientes da CPFL precisam manter os dados cadastrais atualizados para receber o desconto na fatura

Dos 53.565 clientes da CPFL Piratininga que têm direito à Tarifa Social em sete cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) atendidas pela distribuidora, 23.238 não aproveitam o benefício. A proporção daqueles que abrem mão da vantagem chega a 43,38%. Um total de 30.327 consumidores em Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Iperó, Porto Feliz, Sorocaba e Votorantim estão cadastrados para obter descontos na conta de luz. Os dados são da companhia e referem-se a fevereiro de 2024 — os mais recentes disponíveis. O Cruzeiro do Sul solicitou as informações de todos os municípios da RMS atendidos pela companhia, mas, para agilizar o levantamento, a empresa enviou as informações relativas de cinco das principais cidades.

Em Sorocaba, há 35.975 pessoas que podem usufruir da iniciativa e 20.247 fizeram a adesão; isto é, 15.728 não se cadastraram — 43,72%. Em Votorantim, dos 5.462 munícipes habilitados, 2.697 pagam mais barato na tarifa de energia — 2.765 não aproveitam o benefício, correspondendo a mais da metade, 50,62%. Em Boituva, a Tarifa Social está disponível para 3.391 clientes e 2.064 a utilizam — 1.327 não desfrutam, 39,13%. Em Porto Feliz, 2.354 moradores atendem aos requisitos para receber a vantagem, mas só 1.224 efetuaram cadastramento — 1.130, ou 48%, não solicitaram os descontos. Na cidade de Iperó, 2.220 têm direito e 1.297 aproveitam — 923 não pediram o benefício, correspondendo a 41,58% do total.

Capela do Alto possui 2.136 consumidores com direito à vantagem, dos quais 1.537 aderiram — 599 encontram-se fora da relação, ou seja 28,04%. Araçoiaba da Serra contabiliza 2.027 habitantes com perfil para ter desconto nas contas, porém, apenas 1.261 se beneficiam — 766 não estão inscritos no programa, representando 37,79% do grupo que tem direito.

Segundo a CPFL, o banco de dados está em constante atualização, podendo ocorrer redução no número dos que atendem às exigências e podem ser beneficiados. Por conta disso, a distribuidora diz que as informações podem estar desatualizadas tanto no seu sistema quanto junto ao Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) e ao Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

A empresa também informa trabalhar para tentar ampliar a base de famílias inscritas. “Os descontos da Tarifa Social podem ser grandes aliados em situações de dificuldades financeiras”, completou, sobre a importância do programa.

Tarifa Social

A Tarifa Social é um benefício criado pelo governo federal, exclusivo para consumidores cadastrados em programas sociais. São eles: Cadastro Único (CadÚnico), Benefício da Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) e Bolsa Família. A iniciativa oferece descontos na conta de energia para quem consome até 220 quilowatts-hora por mês.

O desconto varia de acordo com a faixa de consumo. Isto é, quanto menor o gasto, maior a redução na fatura. O benefício funciona da seguinte forma: consumo de até 30KWh, 65%; entre 31 e 100 KWh, 40%; e de 101 a 220 KWh, 10%.

Como solicitar

É possível solicitar a Tarifa Social pelo site da CPFL (cpfl.com.br/login) e aplicativo para celular, pelo telefone (confirma os números em www.cpfl.com.br/nossos-telefones) ou em uma agência de atendimento (veja endereços em cpfl.com.br/localizacao). Ao efetivar o cadastramento, o cliente visualiza a aprovação na conta de luz na correspondente classificação da tarifa. No caso de reprovação, um comunicado será enviado por correspondência.

Dados atualizados

Conforme a distribuidora, uma vez inscrito no CadÚnico, o beneficiário é cadastrado automaticamente para a Tarifa Social. “Por esse motivo, ter as informações no cadastro de programas sociais do Governo Federal — critério básico para a concessão da Tarifa Social — como as mesmas da base de dados da companhia de energia facilita o cadastro automático”, explicou.

Por isso, a companhia orienta o interessado a manter seus dados sempre atualizados no CadÚnico e no sistema da empresa. As informações necessárias são nome completo (sem abreviações); número do CPF e RG ou, na inexistência destes, outro documento de identificação com foto; declarar se a família é indígena ou quilombola; e Número de Identificação Social (NIS) ou, no caso de recebimento de BPC, o número do Benefício (NB). Como opção de documento oficial, indígenas também podem apresentar o Registro Administrativo de Nascimento de Indígena (Rani).