Paralisação das aulas no Instituto Federal atinge mais de 3 mil alunos
Os câmpus do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) de Salto, São Roque e Sorocaba, na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), aderiram à greve nacional. Juntas, as unidades somam 3.562 alunos. A paralisação, iniciada na quarta-feira da semana passada (dia 3), não tem prazo para terminar. Os servidores do IFSP reivindicam melhorias.
A categoria cobra reestruturação das carreiras de técnico-administrativo e professores; recomposição salarial de 34,32% para os técnicos e de 22,71% para os docentes; revogação de todas as normas relativas à educação federal aprovadas nos governos de Michel Temer (2016-2018) e de Jair Bolsonaro (2019-2022), além da recomposição do orçamento das unidades.
Em Salto, onde a instituição de ensino tem 1,3 mil alunos, a greve começou no dia 8 de abril. Em nota, a assessoria de imprensa do Instituto Federal informa que, na unidade, 39 dos 70 professores aderiram à paralisação. Em relação aos técnicos administrativos, apenas oito dos 39 estão participando. Ainda segundo o comunicado, até ontem (10), os estudantes não haviam realizado assembleia para decidir se ingressariam ou não na manifestação. Todos os setores administrativos continuam a funcionar normalmente, para atender às atividades essenciais.
No câmpus de São Roque, o protesto ocorre desde o dia 5. Lá, o calendário acadêmico administrativo segue normalmente. O IFSP não divulgou a quantidade de profissionais que aderiram, mas 1.316 estudantes são afetados, por não terem todas as aulas.
A paralisação também teve início no dia 8 em Sorocaba. Segundo a instituição, a participação dos servidores é parcial. Na terça-feira (9), alunos dos cursos integrados ao ensino médio decidiram aderir ao movimento grevista. O protesto é apoiado, ainda, pelos estudantes de Pedagogia. O câmpus tem 946 alunos. “No entanto, queremos assegurar que os serviços essenciais da unidade estão sendo mantidos”, pontua o instituto. Na porta de entrada da unidade, cartazes apresentam, em mensagens breves, as reivindicações dos servidores.
Estado
De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), até ontem, 23 campus do IFSP aderiram ao movimento em todo o Estado. A entidade também afirma que os pontos requeridos pela categoria já foram apresentados ao governo federal, mas não teriam sido atendidos.
Governo rebate
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos afirma ter viabilizado, a partir de negociação com as entidades representativas dos servidores federais, reajuste linear de 9% para todos. Além disso, conforme a pasta federal, houve acordo de aumento de 43,6%. “Esse foi o primeiro acordo para reajustes fechado entre o governo e servidores em oito anos”, completa, por meio de nota.
A pasta ainda diz ter sido formalizada proposta para 2024 de reajuste no auxílio-alimentação de
R$ 658 para R$ 1 mil (51,9%); de aumento de 51% no auxílio-saúde; e de elevação do auxílio-creche de R$ 321 para R$ 484,90.
Mesas específicas
De acordo com o Ministério, foram abertas mesas específicas para tratar de algumas carreiras. A nota informa que dez já chegaram a acordos e oito estão em andamento. A posicionamento ainda complementa que “o Ministério da Gestão segue aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas, mas não comenta processos de negociação dentro das mesas específicas e temporárias.”