Empresário de Votorantim reúne amigos e vai ao RS
O empresário votorantinense André Carneiro, 40 anos, deixou sua vida cotidiana para prestar ajuda às vítimas das inundações no Rio Grande do Sul. Ele e dois amigos de São Paulo, Jeferson Pillon e Levi Meira, estiveram em Sans Souci, bairro de Eldorado do Sul entre a terça-feira (7) e segunda-feira (13). O município fica na Região Metropolitana de Porto Alegre e por conta de uma barragem que estourou ficou totalmente alagado.
“A cidade está um caos, cenário de guerra, a ajuda não chega nas comunidades carentes, e a população precisa de ajuda. Nos voluntariamos para levar água, comida para idosos e crianças que não conseguem chegar aos pontos de distribuição de alimentos”, explicou André.
Com tudo o que viu e vivenciou, é impossível ficar indiferente ao sofrimento. “Triste ver as pessoas desabrigadas, espalhadas pelas ruas onde a água não atingiu, precisando de ajuda e de longe, tentando ver como está a moradia que deixou para trás e cuidar do que sobrou”, contou André, emocionado.
O local, onde eles ficaram, era mais distante, numa área periférica da cidade, e por isso a ajuda nem sempre chegava. Um posto de combustíveis, a cerca de cinco quilômetros da comunidade, foi usado como base. Porém, segundo André, eram poucos produtos para tanta gente. Eles então passaram a ir em busca dos mantimentos e entrar na comunidade, batendo de porta em porta, para entregar. “Você ia entregar duas caixas de leite e a pessoa respondia que podia levar a outra para alguém que também estava precisando”, recorda.
Antes da tragédia no sul do País, ele recorda que a rotina de um dia normal era acordar, ir ao trabalho, atender clientes e cuidar da família. “Depois passou a ser dormir e acordar tentando ajudar outras famílias”, explicou. Eles ficaram acampados no local.
A intenção de ajudar surgiu do incômodo de ver a situação. E como não poderia ser diferente, a experiência mudou a percepção em relação à própria vida. “Eu tenho família e ao ver tudo isso... tanta gente perdendo tudo e mesmo assim sendo solidário com o outro, muda a forma de ver as coisas também, não dá para ficar reclamando”, explica o empresário que já se organiza para regressar nos próximos dias ao Rio Grande do Sul, juntamente com os amigos, e seguir ajudando as pessoas que nesse momento estão desoladas com tanta destruição. (Gabrielle Camargo Pustiglione, com Colaboração Denise Rocha)