Justiça solta empresário que atirou em carro de casal em Boituva

Adriano Domingues da Costa foi preso em 19 de junho; na ocasião, ele foi transferido para a cadeia de Capão Bonito

Por Da Redação

Adriano Domingues da Costa foi detido em Alumínio, a caminho da DIG de Itapetininga

Atualizada às 18h06

O empresário que atirou no carro de um casal na rodovia Castello Branco em Boituva foi solto pela Justiça. Adriano Domingues da Costa foi preso em 19 de junho, na cidade de Alumínio e encaminhado para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, responsável pela investigação. No dia seguinte (20), após audiência de custódia, ele teve a prisão temporária mantida e foi transferido à Cadeia Pública de Capão Bonito.

De acordo com a Polícia Civil, o advogado de defesa de Adriano solicitiou o pedido de soltura. A Justiça revogou a prisão temporária e a sentença foi publicada no dia 5 de julho. Agora, Adriano responde em liberdade. 

A briga de trânsito entre o empresário e um casal aconteceu no dia 14 de junho, na rodovia Castello Branco, em Boituva. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento em que um Adriano, armado, e uma mulher descem de uma Hilux branca e vão em direção a um veículo, onde está outro casal, e faz os disparos. Em outra cena, o casal para novamente e volta a brigar com as vítimas. Outra vez armado, o homem pede para os ocupantes abaixarem os vidros. É possível ouvir a mulher que está dentro do carro falando com uma policial pelo celular e é orientada a não abrir as janelas.

No dia seguinte (15), a Polícia Civil foi ao hotel em que Adriano estava hospedado, em Piraju, e apreendeu o carro do empresário, mas ele não foi encontrado. Em 16 de junho, um mandado de busca foi cumprido na residência dele, em Mairiporã. Foram apreendidos um cofre, uma arma branca chamada tonfa — usada nas artes marciais — e o seu passaporte. Na ocasião, ele também não havia sido localizado.

Conforme a polícia, o inquérito do caso ainda não foi finalizado. Sobre a arma utilizada no crime, a investigação constatou que de fato foi raspada e o número identificado. Pesquisas são realizadas para verificar a origem do objeto.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com a defesa de Adriano e aguarda retorno. A advogada do casal foi comunicada sobre a decisão. Nayara Souza ressalta que "é um absurdo essa soltura. Falta zelo do Ministério Público". 

A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público. O MP informou que, ao contrário do que faz crer a decisão que determinou a soltura de Adriano Domingues da Costa, a Promotoria de Justiça de Boituva em nenhum momento faltou com zelo ou foi displicente com o caso.

"Ao contrário do contido na decisão exarada, a própria Autoridade Policial que preside as investigações informou da necessidade da manutenção da prisão do investigado para a conclusão das diligências, que ainda não haviam sido concluídas, com o que concordou o Ministério Público de São Paulo". 

O MP frisa, também, que a prisão ainda estava vigente e venceria apenas em 18 de julho. Ou seja, ainda estava no prazo da conclusão das investigações.

O MP informa que não houve pedido de prisão preventiva por parte do órgão porque, além de estar vigente a prisão temporária, sequer o inquérito policial concluído havia sido encaminhado para tanto.

"Assim que a Polícia Civil concluísse o procedimento e encaminhasse à promotoria de Justiça, o que seria feito certamente antes do término do prazo da prisão temporária, seria possível fazer o pedido de prisão preventiva, se o caso. No entanto, entendeu o judiciário por revogar a prisão de Adriano, mesmo sendo tal decisão contrária ao pedido da Polícia Civil e do MPSP".