RMS tem pouca estrutura pública para a prática de modalidades esportivas
Falta de investimentos compromete o desenvolvimento dos esportes de base e a descoberta de talentos
Com a Olimpíada ainda em alta, o esporte nacional ganha destaque e questões relacionadas ao desenvolvimento e suporte de jovens atletas ganham força. Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), formada por 27 municípios, as instalações esportivas voltadas para modalidades como atletismo e a ginástica olímpica reclamam investimentos. Apesar de contar com atletas promissores, a infraestrutura na região é insuficiente, limitando o surgimento de novos talentos e comprometendo o desenvolvimento dos esportes de base.
Com a euforia pós-olímpica, a busca por novos talentos no esporte se intensificou. No entanto, a falta de infraestrutura adequada para a prática de modalidades pode ser um grande obstáculo para a revelação de novos atletas na Região Metropolitana de Sorocaba.
Se considerarmos a Região Administrativa de Sorocaba, com 47 municípios, a situação é um pouco menos preocupante. Segundo a Secretaria de Esporte do Estado de São Paulo, nas cidades de Iaras e Arandu foi construído, em 2023, dois ginásios poliesportivos. “Falando somente da Região Administrativa de Sorocaba, a atual gestão, chefiada pela coronel Helena Reis, revitalizou desde janeiro de 2023 dois ginásios poliesportivos, um em Iaras e outro em Arandu”. O investimento total nas obras foi de R$ 819.916,66. “Na atual gestão não temos registro de estrutura de ginástica e atletismo em Sorocaba”, informa o Estado.
Iniciativa privada
O Sesi de Votorantim é um exemplo de representatividade no quesito esportivo, a unidade de Votorantim conta com uma pista de atletismo considerada referência na região. Segundo a administração da unidade, a pista está ativa para treinos e competições importantes. “A pista de atletismo funciona normalmente. Porém, é aberta apenas aos associados da unidade Sesi Votorantim. Muitos alunos e atletas usam para treino e competições”, informou a secretária Luciene Gomes.
Na Universidade de Sorocaba (Uniso), a coordenadoria de educação física acompanha de perto essa realidade. Para o professor de educação física Luis Felipe Milano Teixeira, a infraestrutura esportiva na RMS impacta diretamente o futuro dos jovens atletas. “Sem espaços adequados para treinamento e competições, é praticamente impossível identificar e desenvolver talentos que possam representar a região em competições nacionais ou internacionais”, pontua o professor.
Luis Felipe fala sobre a importância de uma política de incentivo ao esporte que contemple a renovação e manutenção das instalações já existentes, além da construção de novos espaços. “Investir em infraestrutura é investir no futuro do esporte brasileiro. Sem isso, continuaremos a ver jovens promissores desistindo de seus sonhos por falta de condições para treinar”, disse o professor.
A falta de pistas de atletismo e ginásios adequados é uma das principais barreiras para o desenvolvimento de novos atletas. “Sem locais apropriados para treinar, fica difícil incentivar e preparar jovens promessas para competições de alto nível”, completa Luis Felipe.
No Estado de São Paulo, especificamente na cidade de São Bernardo do Campo, existe o Centro de Excelência, que atende judô e atletismo no alto rendimento. Na capital paulista, na Vila Olímpica Mário Covas, equipamento da Secretaria de Esportes do Estado, a nova pista de atletismo está em obras e deve ser entregue no primeiro trimestre de 2025. “Com exceção dessa pista do Mário Covas, não temos previsto a curto prazo instalações de atletismo ou ginástica no Estado de São Paulo”, informa o Estado.
SP Olímpico
O Estado de São Paulo também iniciou um novo projeto chamado SP Olímpico, “uma inovadora política pública para o esporte que será implantada pela Secretaria de Estado de Esportes, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação. Nosso objetivo é revelar, identificar, treinar e capacitar novos talentos esportivos”, anuncia o Estado.
Os profissionais interessados em fazer parte desse programa deverão cumprir requisitos técnicos, capazes de promover aos alunos assistidos o desenvolvimento de habilidades nas seis modalidades: atletismo, basquete, futsal, handebol, judô e vôlei. O processo de seleção dos profissionais ocorrerá nos próximos dias e será divulgado pelas diretorias regionais de ensino, de acordo com a disponibilidade de vagas.
É fundamental ter conhecimento técnico e/ou atividades complementares nas seis modalidades oferecidas: atletismo, basquete, futsal, handebol, judô e vôlei. Os profissionais de educação física serão selecionados e vinculados aos critérios que atendam às leis trabalhistas.
O projeto-piloto será implementado em dez cidades: Araçatuba, Birigui, Campinas, José Bonifácio, Limeira, Lins, Novo Horizonte, Piracicaba, Santa Bárbara d’Oeste e São José do Rio Preto. Seiscentos professores de educação física serão capacitados na primeira etapa do projeto. (João Frizo - programa de estágio)