Começa a obra emergencial na Matriz de Salto de Pirapora

Por Vanessa Ferranti

Templo está fechado há 2 anos, depois do aparecimento de rachaduras

As obras de reparos emergenciais na Igreja Matriz de Salto de Pirapora, a Paróquia São João Batista foram iniciadas. O Cruzeiro do Sul esteve ontem (13) no local. Na ocasião, homens trabalhavam do lado de fora, em frente à igreja. Segundo o pároco José Edmilson Santos Silva, as atividades começaram em 29 de julho. A previsão de conclusão é de 8 meses.

A Igreja Matriz, cartão postal localizado no Centro da cidade, está fechada há dois anos, após rachaduras começarem a aparecer na estrutura do imóvel. Os danos são visíveis, com trincas nas paredes que podem ser observadas pelo lado de fora. O problema foi causado por um vazamento em uma rede de distribuição de água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). De acordo com um processo aberto na Justiça pela Prefeitura, o prédio corre o risco de desabar.

Em 14 de junho, a Justiça condenou a Arquidiocese de Sorocaba e a Sabesp no processo envolvendo a igreja. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a decisão dava prazo de 30 dias para que ambas as partes concluíssem os reparos emergenciais para reforçar a fundação do templo. Em caso de descumprimento, a multa diária seria no valor de R$ 10 mil, limitada inicialmente a R$ 200 mil. Na ocasião, a Arquidiocese de Sorocaba informou que recorreria da decisão.

Já nessa terça-feira (13), a Sabesp disse ao Cruzeiro que no dia 19 de julho cumpriu integralmente o acordo extrajudicial com a Arquidiocese para indenização à Igreja Matriz de Salto de Pirapora. “De acordo com os termos, a realização e o gerenciamento das obras para a reforma do imóvel estão sob responsabilidade da Arquidiocese”.

Processo na Justiça

O processo foi levado para a esfera judicial pela Prefeitura. Em janeiro deste ano, o Executivo solicitou à Defesa Civil a realização de uma nova vistoria na igreja, para verificar a situação. Segundo laudos, em relação à primeira análise, feita em 5 de janeiro de 2022, houve o agravamento de diversos danos.

De acordo com os laudos, os estragos — provocados, provavelmente, por vazamentos de água ainda não sanados — revelaram movimentação da estrutura. Esse deslocamento, completam os documentos, poderia ocasionar no desabamento da igreja. Por conta desse cenário, a Prefeitura apresentou uma reclamação que deu origem a uma ação civil pública contra a Arquidiocese de Sorocaba, responsável pela administração da paróquia, e a Sabesp.

O Ministério Público concordou com a ação. Em relação aos estragos. Em reportagem publicada pelo Cruzeiro em fevereiro, Dom Júlio Endi Akamine, arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba, informou que os danos estruturais não foram causados por falta de manutenção e de conservação por parte da paróquia ou da entidade.