Presidente da Câmara de São Miguel Arcanjo está afastado por 90 dias

Por Cruzeiro do Sul

A presidência da Câmara é ocupada por Agnaldo Pereira Júnior, que era vice-presidente

São Miguel Arcanjo vive um momento delicado na política local. O presidente da Câmara Municipal, Cláudio Ferreira Filho (PDT), foi afastado de suas funções por 90 dias em decorrência de uma investigação que apura um esquema de corrupção envolvendo crimes contra a administração pública.

A operação, realizada pela Polícia Civil no dia 28 de novembro, teve como alvos o parlamentar e um funcionário da Prefeitura de Quadra. Na ocasião, a polícia não divulgou os nomes dos investigados. No entanto, com o desenrolar das apurações, foi determinado o afastamento de Ferreira Filho por meio de um mandado judicial. O processo segue em segredo de justiça.

Substituição na Mesa Diretora

Afastado do cargo, a substituição na Mesa Diretora da Câmara foi formalizada no dia 29 de novembro, conforme o Ato nº 8/2024. O documento determina que, enquanto durar o afastamento, a presidência será ocupada por Agnaldo Pereira Júnior, que era vice-presidente. A composição provisória ficou definida da seguinte forma: presidente, Agnaldo Pereira Júnior; vice-presidente, Luiz Antônio Piedade França; primeiro secretário, Cid José Ferreira.

O ato também estabelece medidas para garantir o funcionamento regular da Câmara Municipal, incluindo a convocação do suplente de Cláudio Ferreira Filho e a comunicação oficial às autoridades competentes, como a Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Processo em andamento

Detalhes sobre o suposto esquema de corrupção não foram revelados, devido ao segredo de justiça que protege o processo. A Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo afirmou estar comprometida em colaborar com as autoridades e garantir a transparência dos procedimentos administrativos e legislativos.

O Cruzeiro do Sul conseguiu entrar em contato com Cláudio Ferreira Filho. Ele afirmou ser vítima de interpretações equivocadas e defendeu a inocência. “Gostaria de deixar claro que foi uma lei [contestada pelo Ministério Público] que beneficia toda a cidade, não tem interesse de uma só pessoa. Todos os vereadores votaram a favor porque era um projeto de lei bom para o município”.

Ferreira comenta, ainda, sobre o áudio que foi gravado. “Sobre o áudio ao qual se referem, trata-se de uma má interpretação. Não recebi nenhum dinheiro e nenhum benefício, nem nesse caso nem em outro. Alguns canais de comunicação divulgaram de uma forma que parece que cometi corrupção, mas faço questão de esclarecer: não houve nada. Não recebi nada de ninguém, nem ia receber. Esse é um projeto voltado para o benefício da cidade”, reafirma Ferreira.

Cláudio também destacou que a tramitação do projeto seguiu procedimentos regimentais e criticou o que chamou de deturpação de suas falas. “Alguns áudios foram interpretados de forma errada, com trechos de conversas tirados do contexto. Quanto à rapidez do projeto, isso é algo que sempre acontece com iniciativas que vêm para ajudar a cidade”. Além disso, ele reforça dizendo que, desde que existe a Câmara Municipal na cidade de São Miguel Arcanjo, projetos assim “são votados rapidamente. Esse projeto específico seguiu todo o regimento”.

O parlamentar ainda defendeu a liberdade dos vereadores no processo legislativo. “É normal as pessoas interessadas nos projetos acompanharem a votação e entrarem em contato com os vereadores para saber sobre o trâmite. E os vereadores votam com sua livre arbitragem, sem nenhuma interferência. Votam a favor se acharem bom para o município e contra se acharem que não é”.

O caso segue em investigação, e a Justiça determinará os próximos passos. (Da Redação)