Rodovia Castelo Branco, a SP-280, completa 50 anos de funcionamento

Por

Praça de pedágio no km 74 começou a ser construída em 1998. Crédito da foto: Alexandre Lombardi / Arquivo JCS (8/9/1998)

Entre as cidades perfil é quase urbano, com movimentação de veículos e oferta de serviços. Crédito da foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS (1/1/2014)

A rodovia Castelo Branco (SP-280) completa neste sábado (10) 50 anos de inauguração. Principal ligação entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Centro-Oeste paulista, a Castelo, com seus 302 quilômetros, é atualmente um dos mais importantes corredores de transporte de grãos, produção industrial e passageiros do País.

A “Auto-Estrada do Oeste”, como foi inicialmente projetada pelos técnicos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP) na década de 1960, após oito anos de estudos, nasceu com a missão de amparar o desenvolvimento econômico do Estado e do Brasil. O nome de batismo “rodovia Castelo Branco” veio em 1967, praticamente um ano antes da inauguração. Hoje, a Castelo liga as cidades de São Paulo até Santa Cruz do Rio Pardo (SP).

Rodovia foi planejada com técnicas inovadoras de engenharia. Na primeira etapa foi de São Paulo a Torre de Pedra e hoje vai até Santa Cruz do Rio Pardo. Crédito da foto: Emidio Marques

A região beneficiada pelo traçado da rodovia incluía zonas altamente produtivas no Noroeste Paulista, além do Norte do Paraná e Sul do Mato Grosso, por meio da ligação com outras estradas. Este eixo, extremamente importante para o abastecimento do País, era servido na época por rodovias que não se encontravam em condições de sustentar o crescimento projetado para a região.

Marco da engenharia brasileira, a Castelo nasceu com um conceito de autoestrada nunca visto até então no Brasil. A rodovia já foi concebida duplicada, com curvas e rampas suaves que permitiam ampla visibilidade, além de um largo canteiro central já prevendo as futuras ampliações de faixas de rolamento sem impactar o entorno da rodovia.

Além disso, seu pavimento, de alta qualidade, era comparado às melhores “free ways” da Europa e Estados Unidos. O resultado foi muito mais conforto e segurança nos trajetos. No trecho entre São Paulo e Sorocaba, por exemplo, a redução de tempo de viagem foi de 50% em relação ao trajeto então pela Raposo Tavares.

A inauguração

No dia 10 de novembro de 1968, o primeiro trecho foi inaugurado pelo governador de São Paulo, Abreu Sodré, em solenidade realizada perto de Osasco (SP). O segmento ligava, com 171 quilômetros, a Capital Paulista ao município de Torre de Pedra, passando por Barueri, Sorocaba e Tatuí, cujo crescimento foi acelerado com a rodovia.

A previsão era de 40 mil veículos/dia nos primeiros 20 anos, o que exigiu a implantação de técnicas de engenharia jamais empregadas no País. Hoje, somente no trecho inicial da rodovia entre Osasco e Itapevi (o mais movimentado), são cerca de 215 mil veículos/dia.

Congestionamento em fim de semana prolongado de abril de 1992. Crédito da foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS

Durante esta primeira fase da obra, foram aproximadamente 4 mil pessoas, além da movimentação de 61 milhões de metros cúbicos de solo. Foram construídas 78 obras de arte, o equivalente a praticamente cinco quilômetros de pontes e viadutos. Os outros trechos foram inaugurados em janeiro de 1971, no segmento entre Torre de Pedra a Avaré, e em abril de 1992, no trecho até Santa Cruz do Rio Pardo.

Na década de 1990, o governo do Estado iniciou o Programa de Concessão de Rodovias de São Paulo com o objetivo de revitalizar e trazer novos investimentos para os principais eixos rodoviários.

Em 1998, a CCR ViaOeste assumiu os 65 quilômetros da Castelo, entre São Paulo e Itu, com o desafio de recuperar o conjunto de rodovias do Sistema Castelo-Raposo, desgastadas e sem qualquer tipo de auxílio médico ou mecânico aos usuários.

Praça de pedágio no km 74 começou a ser construída em 1998. Crédito da foto: Alexandre Lombardi / Arquivo JCS (8/9/1998)

Por meio da realização de grandes obras, a concessionária conseguiu contribuir na resolução de uma série de problemas históricos, como por exemplo: a ampliação da capacidade da Castelo na chegada a São Paulo por meio do Projeto Cebolão; a melhoria do acesso a Barueri por meio da construção das marginais da Castelo; a implantação de quarta faixa na região de Barueri e Araçariguama, dentre outras diversas obras de revitalização e conservação. Desde o início da concessão, a CCR ViaOeste informou que já investiu R$ 1,3 bilhão (base julho/2018) na Castelo.

Uma avenida entre Sorocaba e São Paulo

Em sua extensão de cerca de 90 quilômetros entre Sorocaba e São Paulo, a Castelo Branco é uma rodovia que virou uma grande avenida. Nesse trecho, as características lembram o perfil de avenidas urbanas com movimentação intensa de veículos e ofertas de serviços e entretenimento em áreas vizinhas ao longo do trajeto. Somam-se a esses itens as regiões de chácaras, condomínios, vários acessos viários de ligação, distribuídos dos dois lados da rodovia.

Também há muitas pessoas que moram em Sorocaba e trabalham nas cidades da Grande São Paulo, desde Itapevi até a Capital. Esses sorocabanos utilizam a Castelo Branco diariamente nos seus deslocamentos. São casos em que a rodovia entra para a rotina e a história de vida dessas pessoas. Em vésperas e retornos de feriados prolongados, os congestionamentos causam reflexos desde a Capital até a região de Sorocaba.

A rodovia é um universo de automóveis, caminhões, ônibus, motos, que vão em todas as direções entre a Capital e o interior do Estado. Também tem importância como fator de estímulo econômico às cidades servidas por ela. A zona industrial de Sorocaba se desenvolveu na região próxima ao traçado da rodovia. O mesmo fenômeno ocorreu também em outras cidades.

Quem passa pela Castelo nem sempre imagina que a rodovia conta com um “cérebro”. Localizado nas concessionárias CCR ViaOeste e CCR SPVias, os Centros de Controle Operacional (CCO) monitoram continuamente o tráfego, além de coordenar a logística dos recursos operacionais nos trechos da rodovia administrados pelas empresas. Desde o início da concessão, os CCOs das concessionárias gerenciaram mais de 2,3 milhões de ocorrências, dentre atendimentos mecânicos, médicos, retirada de animais e objetos da pista, além da identificação de acontecimentos diversos nos segmentos pelos quais são responsáveis.