Saae retira 88 mil litros de água contaminada em lago no Campolim
Mais de 88 mil litros de água misturada com produto químico já foram retirados do lago no parque Carlos Alberto de Souza no Campolim. A operação continua nesta sexta-feira (11) para evitar que a contaminação causada pelo descarte irregular da substância se espalhe pelos demais lagos da praça na zona sul de Sorocaba. A previsão é de que os trabalhos se encerrem ainda hoje.
Uma extensa mancha escura de produto químico cobriu mais da metade do lago que fica nos fundos do parque, conhecido pela pista de caminhada, na manhã de quinta-feira (10). Durante a manhã desta sexta-feira (11), o cheiro forte da substância ainda podia ser sentido pelos visitantes do local, mesmo à distância.
Para evitar que a mancha se espalhasse para os outros dois lagos da praça, uma barreira física com mangueira plástica foi colocada na água por técnicos do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae).
Funcionários do departamento de esgoto utilizam caminhões de uma empresa terceirizada contratada pela autarquia para retirar o produto químico da superfície da água. Ao longo do dia, foram quatro caminhões com capacidade para oito mil litros cada. A operação foi retomada na manhã desta sexta-feira (11) para continuar com o serviço. Todo o material está sendo levado para a Estação Elevatória de Esgoto 10 da autarquia, onde passará por tratamento.
Até o momento não há registro de mortandade de peixes no local, segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) informou que registrou boletim de ocorrência e vai informar o Ministério Público sobre o ocorrido. A Polícia Civil deverá realizar uma perícia nos locais.
Investigação
O caso é investigado pelo Saae e a Cetesb. A principal suspeita é de que um caminhão tenha sido utilizado para jogar o produto químico em uma boca-de-lobo na Rodovia Raposo Tavares, próximo a região do Campolim. A rede é responsável por escoar a água da chuva e, por isso, é direcionada até o parque.
A possibilidade foi levantada após manchas escuras serem vistas próximo a saída de água no lago. Além disso, o Saae encontrou marcas de pneus e restos do material escuro dentro da boca de lobo e na tampa.
Durante a tarde, funcionários dos departamentos de esgoto e drenagem da autarquia percorreram prédios de apartamentos e comércios da região ao redor da boca de lobo onde o material foi despejado, solicitando imagens de câmeras de segurança. Os vídeos serão analisados para tentar identificar o caminhão que realizou o despejo criminoso.
O flagrante foi feito exatamente uma semana após moradores reclamarem de um caso parecido em outros bairros da zona sul. Na noite da última quinta-feira (3), moradores de Sorocaba chegaram a passar mal por conta do forte cheiro depois que o líquido se misturou com a água que passa pelo córrego da Água Vermelha.
Na ocasião, o forte odor pôde ser sentido a partir do bairro Parque Fazenda Imperial, na região da Rodovia Raposo Tavares, e seguiu pelo Jardim São Carlos até chegar no Jardim Paulistano, na região do Parque Romeu Osório Pires, e no Jardim Faculdade, próximo a Avenida Barão de Tatuí.
Técnicos do Saae e da Cetesb colheram amostras do produto químico encontrado em pelo menos três pontos do córrego da Água Vermelha, que passa por análise. A substância do lago no Campolim também foi encaminhada para um laboratório. A avaliação preliminar aponta que se trata de um produto derivado de petróleo. (Jomar Bellini)