Representantes da Vigilância em Saúde de São Roque concedem entrevista coletiva. Crédito da foto: Eric Mantuan (27/2/2020)

O morador de São Roque com suspeita de Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, teve contato com outras nove pessoas da família entre a última sexta-feira (21), dia em que retornou da Itália, e segunda (24), data em que procurou atendimento hospitalar pela primeira vez em razão dos sintomas. Todos estão em isolamento domiciliar enquanto não é divulgado o resultado do exame realizado pelo Instituto Adolfo Lutz para confirmar ou descartar o diagnóstico, o que deve ocorrer até sábado (29).

Os detalhes foram fornecidos pela Vigilância em Saúde de São Roque em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (27). O morador viajou à Itália com a esposa e, ao chegar em São Roque, participou de uma festa de aniversário no sábado (22) com os demais parentes. Os sintomas teriam surgido entre domingo e segunda e, com a divulgação do aumento de casos da doença no norte da Itália, para onde havia viajado, o homem procurou atendimento médico.

Segundo a chefe da Vigilância Epidemiológica (VE) do município, Luzia Mirim, o paciente faz contato rotineiro com um médico do município e relata melhora dos sintomas. Conforme a diretora de Saúde, Daniela Groke, o primeiro exame, feito em um hospital particular de São Paulo, deu negativo para a Covid-19, mas o protocolo exige que um segundo teste seja realizado por um órgão público de saúde.

O chefe da Vigilância Sanitária de São Roque, Francisco Cruz, elogiou a conduta do homem diante da situação. “É um caso específico que nos deixa muito tranquilo pela abordagem que se tomou pelo próprio paciente, o qual é esclarecido e, além de se isolar preventivamente, determinou o mesmo aos familiares”, disse. Como a esposa e os outros parentes não apresentam nenhum sintoma relacionado ao Covid-19, eles não devem realizar nenhum exame.

Orientações à população

O médico infectologista da Vigilância Epidemiológica, Pedro Grego, orienta a população a ter critério ao procurar ou não os hospitais em caso de suspeita da doença. “O paciente deve ir ao hospital somente quando tem um quadro de piora respiratória, ou de febre que não cessa. O Covid-19 tem sintomas muito parecidos com o da gripe comum, e por isso a primeira suspeita para o paciente é sempre de gripe, sendo tratada com analgésicos e antitérmicos”, diferencia.

Para a prevenção de possíveis casos da doença, Grego e Cruz lembraram que um gesto à primeira vista simplório tem muita importância: o de lavar as mãos: “As mãos têm contato com dinheiro ou corrimão de ônibus, por exemplo. Elas são o maior mecanismo de transmissão de doenças, e não só do Covid-19”. Por outro lado, a utilização de máscaras deve se dar apenas por funcionários dos hospitais, visto estarem expostos a ambiente nocivo, e não pela população em geral.

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Sobre isso, a administradora da Santa Casa, Andréa Rodrigues, destacou que a prática já foi adotada pela instituição. Os outros dois hospitais da cidade (Unimed e São Francisco) também receberam orientações de conduta e uma campanha informativa voltada à população será divulgada nos próximos dias. “Além disso, estamos fortalecendo postos de saúde e instruindo funcionários para cortar uma hipotética cadeia de transmissão”, finalizou Cruz, da VS. (Eric Mantuan)