Urbes ainda não assumiu o Integrabike

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As pessoas usavam as bicicletas em momentos de lazer ou para deslocamentos pela cidade. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (30/9/2020)

As pessoas usavam as bicicletas em momentos de lazer ou para deslocamentos pela cidade. Crédito da foto: Vinícius Fonseca / Arquivo JCS (30/9/2020)

Passados mais de cinquenta dias da suspensão do serviço de compartilhamento de bicicletas, conhecido como Integrabike, a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Urbes -- Trânsito e Transporte, ainda não assumiu a operação do sistema, como havia sido foi prometido no final de setembro. No final de outubro, a empresa Tembici, que operava o serviço, comunicou que estava deixando de operar na cidade.

No dia 30 de setembro, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico, e Urbes divulgaram nota informando que o sistema continuaria operante, pois estava assumindo temporariamente o serviço “até que a nova licitação, prevista para ocorrer em dezembro”. No entanto, até o momento, o serviço não foi retomado e os usuários lamentam, já que as bicicletas eram usadas para lazer e alternativa de mobilidade urbana.

Novamente questionada sobre a retomada do Integrabike, a Urbes limitou-se a dizer que “o novo serviço de bicicletas públicas para Sorocaba será licitado em breve”, sem responder se haverá mudanças no modelo de contrato e nem quando será publicado edital. A Prefeitura não explicou por que o serviço ainda não foi retomado. A administração municipal também preferiu não informar a população como será feita a gestão das bicicletas públicas pela Urbes, quanto custará o serviço, qual o total de bicicletas e pontos oferecidos.

No final de outubro, a empresa Tembici, que operava o serviço na cidade, enviou email aos usuários cadastrados em seu sistema comunicando que o serviço seria descontinuado na cidade. “Estamos tristes em anunciar que o projeto de bicicletas compartilhadas será Integrabike chega ao fim no dia 05/10/2020”. O comunicado dizia que ao longo de quatro anos, mais de 60 mil pessoas utilizaram o sistema em 380 mil viagens. A empresa foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre o assunto. A Prefeitura, por sua vez, disse que a Tembici optou por deixar a cidade, alegando “dificuldades de atender as bases atuais do sistema”.

Mobilidade na contramão

A analista fiscal Daniele Oliveira Brisola lamenta a interrupção do sistema do qual se tornou usuária assídua, desde o início do ano, quando passou a pedalar aos finais de semana com o namorado. Moradora do Centro, ela comenta que, desde então, adotou o hábito de usar o Integrabike para passar até o Parque das Águas, no Jardim Abaeté, ou Paço Municipal, no Alto da Boa Vista. Daniela destaca que, sem poder acessar as bicicletas públicas, o casal passou a fazer os passeios de carro. “O principal benefício (do Integrabike), além da saúde dos usuários, é a questão da mobilidade urbana. Se tira as bicicletas, aumenta número de carros na rua. A gente vê que estão fazendo várias obras do BRT, que seriam para melhorar a mobilidade urbana, mas na contramão disso, a prefeitura tira as bicicletas”, destaca.

Ela ressalta que, com a interrupção do serviço, conseguiu comprar uma bicicleta, mas destaca que a possibilidade de devolver as bicicletas públicas nas estações dava mais autonomia aos usuários, inclusive para entrar e consumir no comércio local. “A gente devolvia e podia seguir a pé, tinha mais liberdade. Sem falar que não é todo mundo que têm condições de comprar uma bicicleta, cujo o preço, disparou durante a pandemia”, acrescenta. (Felipe Shikama)