Crédito para a safra 21/22
O futuro do Sistema Nacional de Crédito Rural e, também, do Plano Safra 21/22 foram temas da reunião entre lideranças cooperativistas com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos.
De forma geral, a intenção foi alinhar a perenidade dos programas e das linhas de financiamento de crédito rural que beneficiam os empreendimentos cooperativos voltados ao custeio, giro, comercialização e investimento.
A Safra 20/21 contou com R$ 236,3 bilhões em crédito. Para a safra 21/21 (que começa em julho/21 e termina em junho/22) as cooperativas planejam pedir ao menos R$ 250 bilhões em crédito. A proposta deve ser enviada ao governo em 10 de março.
O coordenador do ramo agropecuário da Organização das Cooperativas Brasileira (OCB), Luiz Roberto Baggio, disse em entrevista à imprensa que, por conta do aumento na produção e na alta dos custos de insumos, a agricultura brasileira “precisaria de R$ 900 bilhões para financiamento”.
Para Márcio Freitas, líder cooperativista, o crédito rural é um dos principais fatores de produção e condicionantes do sucesso do agro brasileiro nas últimas décadas. “A produção agropecuária brasileira, pela qual as cooperativas respondem por cerca de 50%, se desenvolveu de tal forma que o país passou de importador de alimentos para um dos maiores produtores e exportadores mundiais. E isso se deve, em muito, a uma política agrícola consistente, que foi capaz de garantir um volume de recursos e taxas de juros compatíveis com o retorno das atividades no meio rural”.
Além disso, os representantes também reafirmaram como fundamentais as políticas públicas que reforcem o papel das cooperativas de crédito na inclusão financeira e no desenvolvimento regional do País, de forma a capilarizar o acesso aos produtores, micro e pequenos negócios, tanto no campo quanto na cidade, com taxas e juros menores e melhores condições para milhões de brasileiros.
Modernização do crédito
Ao final da reunião, a ministra da Agricultura destacou a relevância do bom relacionamento com o setor produtivo para que o desenvolvimento aconteça sempre. “Estamos sempre abertos a melhorar, modernizar os processos. As cooperativas agropecuárias são importantíssimas e os números de vocês mostram isso. Nossa intenção é modernizar o crédito rural, trazendo menos burocracia e mais agilidade. Eu desconheço uma interatividade tão boa quanto a que temos com o Banco Central e o Ministério da Economia, por isso, vai dar tudo certo”, comentou.
*Denis Deli jornalista especializado em agronegócio, pós graduado em Produção e Reprodução animal.