Como escolher pisos cerâmicos sem se arrepender depois
Se você vai reformar ou construir sua casa, e seu projeto conta com a ajuda de um arquiteto para não apenas projetar, mas, também, especificar tecnicamente os materiais usados e acompanhar a construção até o último acabamento estar colocado, esta reportagem não é para você.
Mas se você é como a imensa maioria das pessoas, e toma algumas decisões por conta própria, sem pesquisar ou abdicando de consultar profissionais especializados, então leia o que se segue. Pode ajudá-lo a cometer menos erros, alguns bem caros para serem corrigidos. Vamos lá.
As diferenças - como escolher?
Antes de mais nada, vamos entender o que é uma peça cerâmica.
A cerâmica tradicional - cerâmica de revestimentos, como ladrilhos, azulejos e também potes, vasos, tijolos e outros objetos - é a arte ou a técnica de produção de artefatos de objetos que tenham a argila como matéria-prima, submetidos a temperaturas em torno de 540 °C em sua manufatura. A cerâmica esmaltada tem, além do biscoito (a peça cerâmica propriamente dita), uma camada por cima, o esmalte.
Dois critérios de escolha podem ser usados na escolha dos pisos cerâmicos. Um, é o estético; outro, as características técnicas. O resultado estético ultrapassa as características técnicas do produto e depende do padrão da peça, do tamanho, dos rejuntes e de como o material se harmonizará no ambiente em que será aplicado.
Escolhendo tecnicamente
Para entender um pouco mais sobre como definir tecnicamente o que queremos - já que a estética não é o foco dessa reportagem - buscamos a ajuda de José Antonio Di Milito, professor e coordenador do curso de Engenharia Civil da Facens.
Ele nos lembra que “em toda caixa de pisos cerâmicos deve vir, obrigatoriamente, algumas informações ligadas às características técnicas da peça. Entretanto, quando vamos escolher o que vamos usar, na loja, o material está exposto fora da caixa, e normalmente estas informações não estão em algum cartaz”. E o vendedor pode saber ou não, informar ou não.
São cinco as características que devem ser levadas em conta na escolha (todos os dados abaixo foram gentilmente fornecidos pelo prof. Milito):
1) Classificação das cerâmicas quanto à absorção de água. Áreas internas devem ter pisos pouco absorventes; já áreas externas admitem pisos com mais capacidade de absorção. De maneira geral, absorção menor significa mais qualidade.
2) Classificação das cerâmicas esmaltadas quanto à resistência a ataques químicos. Essas produtos podem ser a água sanitária, o sabão em pó, etc.
3) Classificação dos pisos cerâmicos esmaltados quanto à abrasão.
4) Classificação quanto à resistência à Expansão por Umidade - EPU. Uma alta EPU pode ocasionar deslocamentos e craqueamento do esmalte da placa. O recomendado é usar, em pisos ou paredes internas, cerâmica com EPU de, no máximo, 0,60 mm/m e, externamente, no máximo de 0,40 mm/m.
5) O prof. Milito lembra que “todo revestimento cerâmico precisa de juntas”, pois evitam que movimentos, tensões ou dilatações causem ‘estufamentos’ e, em consequência, deslocamento da peça. As juntas superficiais, ou de assentamento, têm a função de absorver parte das tensões provocadas pela expansão por umidade, pela movimentação da base sobre a qual a peça foi assentada, e pela dilatação térmica. Cada tipo de peça cerâmica, por suas características de dilatação, exige um tipo de junta. Assim, se você quer uma junta bem estreita, o vendedor deve ser capaz de informar se aquele tipo de peça aceita ou não esse acabamento. (Antonio Geremias)