Materiais e métodos de construção evoluem para poupar recursos naturais
Novas tecnologias e materiais estão surgindo no mercado da construção civil. Aliadas às tendências da construção 5.0 -- tema abordado recentemente também no estudo técnico “Habitação 10 anos no Futuro”, realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O projeto pretende nortear as tendências na construção civil para o ano de 2030. Entre elas estão a bioconstrução e a construção biomimética, que é o estudo de estruturas biológicas aplicadas em diferentes domínios como tecnologia, medicina e engenharia, na construção de casas, e que utiliza materiais sustentáveis para criar projetos ecologicamente corretos, informa o site Mapa da Obra, da Votorantim Cimentos.
A casa sustentável é um tipo de habitação desenvolvida com materiais que não causam a degradação do meio ambiente e com técnicas construtivas para garantir o bem-estar de seus moradores e do entorno da edificação.
Sistemas utilizam, por exemplo, a compostagem ou a reutilização de água. Diante de desafios ambientais do futuro, o profissional de arquitetura, engenharia e construção precisa estar preparado para esse novo mercado, afirmam especialistas.
Alguns materiais e sistemas sustentáveis já empregados na construção civil, alguns em larga escala, são as válvulas de descarga de fluxo duplo, luminárias de led, concreto translúcido, uso de madeira certificada, tijolo solo-cimento, telha de fibra vegetal, madeira plástica ecológica (reciclável), revestimento elastomérico para telhados (telhados frios), painéis fotovoltaicos e tintas ecológicas.
De acordo com o site Mapa da Obra, o professor Carlos Moya, do curso de Engenharia Civil do Instituto Mauá de Tecnologia, considera que o conceito de sustentabilidade e a sua implantação está solidificado, e o uso de materiais de construção ecológicos é parte essencial desses novos tempos.
Recursos naturais que antes eram abundantes tornam-se escassos, mudanças climáticas começam a afetar drasticamente a sociedade, e apenas um investimento constante em inovações e tecnologias que aumentam a eficiência do modo como o ser humano interage com seu ambiente, será capaz de sustentar o modo de vida atual. “O Brasil já caminha rumo à regularização de produtos por certificações e selos internacionalmente conhecidos”, destaca Moya.
As incorporadoras e construtoras introduzem progressivamente nos projetos, itens e ações sustentáveis, e obtendo selos de construção sustentável emitidos por entidades independentes, como o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e Alta Qualidade Ambiental (AQUA).
“Os clientes também estão aos poucos tendo consciência das vantagens ambientais, sociais e econômicas da aquisição das unidades construídas”, diz o professor.
Embora o processo de certificação dos produtos ecológicos seja lento, os produtos existem e são facilmente encontrados nas principais lojas de materiais de construção. “Existe uma ampla gama de produtos e soluções no mercado para melhorar a ecoeficiência das construções”, observa Moya.